A associação de prefeitos de Honduras se somou nesta terça-feira (11) aos pedidos de ajuda de seu país ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, para comprar vacinas anticovid na China, em um momento em que San Salvador recebe uma delegação de líderes locais salvadorenhos para discutir a doação de imunizantes.
O diretor-executivo da Associação de Municípios de Honduras (Amhon), José Antonio Mendoza, pediu a Bukele "seu apoio a fim de conhecer seus contatos e trâmites que devem ser realizados com a República Popular da China com o objetivo de iniciar negociações que conduzam à aquisição de vacinas para os cidadãos dos nossos municípios".
Os hondurenhos "estão sendo extremamente afetados por esta doença (covid-19)", acrescentou na carta Mendoza, cuja associação representa os 298 prefeitos dos 18 departamentos de Honduras.
Denunciando que o governo central hondurenho é "incompetente para gerenciar a pandemia", sete prefeitos opositores imploraram no fim de semana a Bukele a doação de 122.000 vacinas e o presidente salvadorenho disse que os ajudaria. Os líderes locais eram recebidos nesta terça-feira em San Salvador pelo ministro salvadorenho da Saúde, Francisco Alabí.
E nesta segunda, o governo de Honduras anunciou que El Salvador o ajudará a "romper o bloqueio geopolítico" para comprar vacinas anticovid da China.
Honduras é um dos poucos países da América Central que ainda mantém contatos com Taiwan, e por isso não pode restabelecer laços com a China, que considera a ilha uma província rebelde.
Com uma população próxima dos dez milhões de habitantes, o país acaba de receber 248.600 doses de vacinas: 6.000 da Moderna de Israel, 237.000 da AstraZeneca do mecanismo Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS) e 6.000 da Sputnik V da Rússia.
Honduras passa pelo pior momento da pandemia com hospitais colapsados e registra 5.700 mortos e mais de 220.000 casos.
* AFP