O julgamento do ex-presidente sudanês Omar al-Bashir e de outras 27 pessoas acusadas de terem chegado ao poder por um golpe de Estado em 1989 foi adiado novamente, desta vez para 15 de setembro - anunciou o presidente do tribunal nesta terça-feira (1o).
"A audiência foi adiada (...) para 15 de setembro para estabelecer uma série de medidas" sanitárias contra o coronavírus, disse o juiz cerca de 45 minutos após o início da audiência.
Em uma sala lotada, na qual poucas pessoas usavam máscara, vários advogados manifestaram sua preocupação com a falta de distância física e pediram a transferência para uma sala maior.
O início do processo foi adiado em várias ocasiões desde o final de julho.
Esse processo não tem precedentes no mundo árabe, onde o autor de um golpe de Estado nunca havia sentado no banco dos réus na história recente.
Com 76 anos, Al-Bashir foi destituído pelo Exército em abril de 2019, após meses de protestos da população.
Ele compareceu ao tribunal, assim como os outros acusados, entre os quais estão seus ex-vice-presidentes Ali Osman Taha e o general Bakri Hasan Saleh.
O presidente deposto e vários acusados podem ser condenados à pena de morte por derrubarem o governo democraticamente eleito do primeiro-ministro Sadek al-Mahdi há 31 anos, no terceiro golpe de Estado desde a independência do Sudão em 1956.
* AFP