Mais de cem novos casos de covid-19 foram identificados em Pequim desde que a doença reapareceu na cidade chinesa, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira.
— Na semana passada, a China registrou um novo surto em Pequim, depois de mais de 50 dias sem nenhum caso na cidade. Mais de cem casos foram confirmados. A origem e extensão da epidemia estão sob investigação — disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma conferência de imprensa virtual.
A nova onda de coronavírus está ligada ao mercado de frutos do mar Xinfadi, na capital chinesa. Com o surto, as autoridades locais intensificaram medidas restritivas em todas as regiões de Pequim. Segundo noticiou a emissora de TV estatal CGTN, todos os bairros retomaram o nível 2 de emergência, que obriga a interdição temporária de espaços fechados e locais de entretenimento público.
Segundo as autoridades de saúde, Pequim completou 56 dias sem relatar novos casos de covid-19 antes da primeira infecção relacionada ao mercado Xinfadi. Ao todo, a China já somou 84.339 infectados e 4.638 mortos pelo coronavírus desde o início da pandemia, em dezembro de 2019.
Nova onda
Outros países asiáticos também registraram novos casos de coronavírus. A Coreia do Sul reportou 37 contaminações nas últimas 24 horas, para um total de 12.121 casos.
Após se tornar um novo epicentro mundial da pandemia e o quarto país mais atingido pela covid-19, a Índia decidiu restaurar a quarentena em uma região onde vivem cerca de 15 milhões de pessoas. Os distritos de Chennai e outras cidades próximas irão retomar as medidas restritivas do período anterior à abertura no país, o que ocorreu no começo de junho. O país já registrou 332.424 casos e 9.520 mortes por coronavírus, segundo dados compilados pela universidade norte-americana Johns Hopkins.
Três cidades da Rússia decidiram cancelar o desfile militar marcado para 24 de junho por temer que o evento cause um surto de infecções de covid-19, apesar da pressão feita pelo presidente Vladimir Putin para manter o evento na capital Moscou. Os municípios que suspenderam os desfiles foram Penza, Pyatigorsk e Yakutsk. O país é o terceiro com mais casos da doença no mundo todo, com 536.484 infectados, além de 7.081 óbitos registrados durante a pandemia.
Um estudo feito por pesquisadores americanos revelou que uma mutação do vírus que causa a covid-19, o Sars-Cov-2, pode aumentar significativamente sua capacidade de infectar as células do corpo humano. Segundo a pesquisa, a mutação ocorre no número de "proteínas S" que o vírus carrega.
Observadas na estrutura microscópica do coronavírus como espécies de "espinhos", são essas proteínas que permitem ao vírus se anexar às células humanas, infectando-as. Os pesquisadores afirmam que, após a mutação, o Sars-Cov-2 chega a ter quatro ou cinco vezes mais proteínas S. A descoberta pode explicar por que alguns dos primeiros surtos da pandemia não chegaram ao ponto de sobrecarregar sistemas de saúde em alguns países.