Os deputados que compõem a Câmara dos Comuns — equivalente à Câmara dos Deputados no Reino Unido — impuseram mais uma derrota ao premiê conservador Boris Johnson, que está tentando uma saída do país da União Europeia sem acordo. Desta vez, não foi aprovada uma moção de Johnson que pedia eleições antecipadas para o dia 15 de outubro.
A moção teve 298 votos favoráveis e 56 contrários, mas precisava de 434 para conseguir uma maioria de dois terços da Câmara. Foi a quarta derrota consecutiva de Boris Johnson que, desde a segunda-feira, perdeu outras três votações cruciais: a maioria do Parlamento, a proibição de um Brexit sem acordo e uma emenda que permitia uma saída antes da aprovação do acordo.
Boris Johnson fez duras críticas ao líder da oposição, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, diante da mais nova derrota.
— Acho que ele se tornou o primeiro líder da oposição, na nossa história democrática, a recusar o convite para uma eleição. Eu só consigo especular quais razões ele tem por trás dessa hesitação. A conclusão óbvia é que ele não pensa que vai ganhar — afirmou Johnson, de acordo com o site The Guardian.
Mais cedo, os deputados aprovaram uma lei que obriga o governo a pedir um novo adiamento do Brexit, hoje previsto para 31 de outubro, caso não se chegue a um acordo com a União Europeia nas próximas semanas.
O texto, que ainda deve ser ratificado pela Câmara dos Lordes, recebeu 327 votos a favor e 299 contra.
Aprovado por margem apertada em plebiscito em junho de 2016, o Brexit mergulhou o Reino Unido - até então considerado uma das democracias mais estáveis do mundo - em crise política permanente. A poucas semanas da data planejada, ninguém sabe se, como e quando a saída do bloco regional irá ocorrer, e já se fala até em eleições antecipadas no curto espaço de tempo que resta para o país decidir o seu futuro.