O presidente tunisiano Béji Caïd Essebsi, de 92 anos, faleceu nesta quinta-feira, informou a presidência da República em sua página no Facebook, poucas horas após sua hospitalização.
Primeiro presidente democraticamente eleito em 2014, três anos após a queda de Zine el Abidine ben Ali, Essebsi faleceu faltando poucos meses para o fim do seu mandato presidencial.
A televisão nacional interrompeu a sua programação para transmitir versos do Corão, antes de anunciar que o presidente morreu quinta-feira às 10h25 (6h25 de Brasília).
Em função de sua morte, as eleições presidenciais na Tunísia, previstas inicialmente para o dia 17 de novembro, serão antecipadas, de acordo com anúncio feito pelo presidente da Instância Superior Independente para as Eleições (Isise).
O chefe do Parlamento, Mohammed Ennaceur, que deve assumir nesta quinta-feira o cargo de presidente interino, "tem 90 dias para organizar as eleições presidenciais, as quais serão, portanto, adiantadas a fim de respeitar o calendário previsto pela Constituição", indicou à AFP Babil Baffun.
O prazo vai até o dia 23 de outubro.
As eleições legislativas estão previstas para 6 de outubro.
A Isise decidirá se as eleições presidenciais ocorrerão antes ou depois das legislativas, afirmou Baffun.
A morte de Essebsi coincide com a celebração da proclamação da República da Tunísia, em 1957, que geralmente é acompanhada por um discurso do Chefe de Estado.
Esse veterano da política, que era o chefe de Estado mais antigo do mundo depois da rainha Elizabeth II, da Inglaterra, também serviu sob o mandato de Habib Burguiba, o primeiro presidente da Tunísia, antes de ingressar na presidência em 2014, com a missão de consolidar a jovem democracia.
Na quarta-feira, ele foi hospitalizado novamente e internado em tratamento intensivo no hospital militar da Tunísia, declarou seu filho e também chefe do partido presidencial Nidaa Tounes, Hafdeh Caid Essebsi, pouco antes do anúncio oficial de sua morte.
A Tunísia é o único país atingido pela Primavera Árabe de 2011 que conseguiu prosseguir o caminho da democratização.
* AFP