A Grã-Bretanha pode manter a sua influência global, mesmo depois de deixar a União Europeia (UE), declarou nesta quarta-feira (2) o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt.
Embora a Grã-Bretanha não seja uma superpotência ou possua um império, o país ainda tem poderio militar e econômico e as conexões diplomáticas para desempenhar um papel importante nos assuntos mundiais, afirmou Hunt em Singapura.
Os britânicos votaram em um referendo em 2016 a favor de abandonar a União Europeia, composta por 28 países, desencadeando meses de negociações tortuosas que deixaram o país profundamente dividido.
O Parlamento deve discutir a saída da UE na próxima semana antes de uma votação chave na semana seguinte, enquanto o país se prepara para deixar o bloco em 29 de março.
A primeira-ministra, Theresa May, cancelou no último minuto um voto previsto em dezembro no Parlamento para evitar uma derrota anunciada e adiou a consulta para a semana de 14 de janeiro.
Em meio a dúvidas sobre se o acordo terá apoio suficiente, May usou sua mensagem de Ano Novo para pedir apoio.
Em um discurso em que descreveu o papel global do Reino Unido após o Brexit, Hunt afirmou que seu país continuará a ser um ator influente e independente da UE.
"Embora o Reino Unido não deva superestimar sua força, não se deve subestimá-la", apontou o ministro em um fórum diplomático organizado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) com sede em Londres.
"Não somos uma superpotência e não temos um império", disse ele. "Mas nós temos a quinta maior economia do mundo, o segundo maior orçamento militar na Otan, o terceiro maior orçamento de ajuda no exterior, um dos dois maiores centros financeiros, serviços de inteligência altamente efetivos e uma rede diplomática altamente eficaz em todo o mundo", enumerou.
Hunt acrescentou que após o Brexit, o Reino Unido poderia aprender com o modelo econômico de Singapura, especialmente quanto ao investimento de longo prazo da pequena cidade-Estado na educação, infraestrutura e dinâmica para forjar laços comerciais em todo o mundo.
Tim Huxley, diretor executivo para a Ásia do IISS, disse que o desafio imediato pós-Brexit tem a ver com a sua capacidade de criar uma rede de laços comerciais e econômicos com outras nações "o mais rápido possível".
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* AFP