O ministério das Relações Exteriores da República Centro-Africana informou que o passaporte diplomático de Boris Becker, com o qual o ex-tenista tenta alegar uma imunidade diplomática centro-africana, é falso.
"O passaporte diplomático que ele possui é falso", declarou Chérubin Moroubama, chefe de gabinete do ministro das Relações Exteriores centro-africano, Charles Armel Doubane.
Boris Becker, endividado, alega dispor de imunidade diplomática centro-africana para escapar de processos judiciais no Reino Unido, destacando seu papel de "adido" da República Centro-Africana ante a União Europeia.
Os advogados do ex-número um do tênis mundial e três vezes campeão de Wimbledon, de 50 anos, apresentaram um recurso na quinta-feira à Alta Corte britânica no qual usam este argumento.
"O perfil do cargo de Becker não existe nos arquivos centro-africanos", afirmou Moroubama.
O passaporte em questão, que a AFP consultou e com data de 19 de março de 2018, mostra um número de série que corresponde a 'passaportes virgens' roubados em 2014, de acordo com Moroubama.
Ele também disse que a assinatura e o selo do documento não são os do ministério.
No passaporte, a função diplomática de Becker é "gerente de projetos financeiros, o que não tem nada a ver com questões esportivas", destaca o chefe de gabinete.
Em uma entrevista à rádio alemã Deutsche Welle, o embaixador da República Centro-Africana na Bélgica, Daniel Emery Dede, havia "confirmado" na segunda-feira que Becker tem um passaporte diplomático.
Em abril, o ex-tenista publicou uma foto no Twitter de um encontro com o presidente Faustin-Archange Touadéra, em Bruxelas.
* AFP