O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou, no domingo, as críticas à recontagem de votos em Wisconsin, ao mesmo tempo em que citou uma "séria fraude" eleitoral em outros Estados, onde "milhões de pessoas" votaram ilegalmente.
A recontagem em Wisconsin, que ameaça reavivar o debate sobre a legitimidade da vitória do republicano – uma vez que a democrata Hillary Clinton recebeu mais votos a nível nacional –, levou Trump a entrar na discussão. Em uma mensagem no Twitter, o magnata lembrou que não apenas conquistou a maioria do Colégio Eleitoral, como também recebeu mais votos em nível geral.
"Além de uma vitória esmagadora no Colégio Eleitoral, ganhei o voto popular, se não contarmos milhões de pessoas que votaram de maneira ilegal", tuitou.
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Ao retornar a Nova York, no domingo à noite, depois de passar o feriado de Ação de Graças em seu resort Mar-a-Lago na Flórida com a família, Trump usou novamente o Twitter para afirmar que uma fraude eleitoral aconteceu em vários estados.
"Séria fraude eleitoral na Virginia, New Hampshire e Califórnia – por que, então, a mídia não está informando sobre isto? Sério viés – grande problema!", escreveu Trump.
Mais cedo, também no Twitter, ele já havia mencionado Hillary Clinton para se referir à necessidade de respeitar o processo eleitoral e chamou a recontagem de algo "triste".
A ex-diretora de campanha e assessora de Trump, Kellyanne Conway, insinuou que, se a equipe de Hillary pressionar para fazer a recontagem, o republicano poderá reconsiderar sua promessa de não processá-la por usar um servidor privado de e-mails quando era secretária de Estado.
Trump foi "magnânimo" em relação à Hillary e "parece que sua resposta é que seu advogado se una a essa ridícula recontagem", disse Conway à rede ABC.
Reince Priebus, que será chefe de gabinete do magnata na Casa Branca, reforçou as declarações de Kellyanne. Segundo ele, embora o presidente eleito não esteja "buscando métodos e formas para perseguir e processar Hillary Clinton", poderá estar "aberto a ouvir", se aparecerem novos indícios contra ela.
A equipe de Hillary Clinton ainda não reagiu, mas o senador Bernie Sanders, derrotado pela ex-secretária nas primárias do partido, defendeu a recontagem.
– O Partido Verde tem o direito legal de fazer isso – disse ele à CNN. – Há recontagens em praticamente toda eleição. Ninguém espera (que haja) uma mudança profunda – completou.
A recontagem de votos foi pedida pela candidata do Partido Verde, Jill Stein.
A campanha de Hillary Clinton informou, no sábado, que se uniria à recontagem, apesar de não ter encontrado irregularidades no resultado geral da eleição presidencial.