
A concessionária de energia RGE Sul pediu que a prefeitura de Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, abra uma nova solicitação de instalação de energia elétrica em um loteamento aberto por moradores que perderam suas casas na enchente de maio de 2024. A definição ocorreu em reunião na segunda-feira (28).
Conforme nota da concessionária, "foi definido que o município fará a abertura de uma nova solicitação, com a entrega de documentos complementares necessários para viabilizar a execução da obra sem custo para os moradores, segundo enquadramento previsto na regulação do setor elétrico." A empresa diz que deve priorizar análise e execução do serviço, mas não deu uma data.
Na semana passada, Zero Hora contou a situação de famílias que vivem há mais de um mês sem água e energia elétrica. São antigos moradores do bairro Passo de Estrela, que por conta compraram uma área rural e dividiram em 29 lotes. Cinco famílias já estão morando no local, mesmo sem os serviços básicos.
— Chegou o momento em que não dava mais para parar o aluguel e a obra, então viemos mesmo sem luz — disse Maicon Alves Pereira, que mora com a esposa e o filho de três anos.
O caso é acompanhado pelo Ministério Público, que realizou cerca de 10 reuniões entre os envolvidos para mediar a situação. Conforme o promotor Sérgio Diefenbach, em situações normais, o loteamento poderia ser considerado irregular, já que foi comprado fora da área de habitação. No entanto, como é ocupado por famílias atingidas pela enchente, foi necessário buscar uma solução, como mudar o plano diretor, o que levaria mais tempo.
— A alternativa seria o município fazer uma alteração pontual para recaracterizar aquela área. O município fez por decreto, entendendo aquela área como zona de interesse social — disse o promotor.
Segundo o promotor, esse decreto foi encaminhado nesta semana à RGE.
Rede de água
A Corsan Aegea afirmou que as obras para levar água potável até o loteamento começam no dia 1º de maio. O investimento previsto é de R$ 480 mil, com conclusão até o dia 15 de maio.
Em nota, a Corsan explicou que o “projeto incluirá tanto a infraestrutura interna — normalmente de responsabilidade do loteador — quanto a parte externa da rede”.