Um ano e meio depois da primeira enchente que inundou as cidades de Muçum e Roca Sales, no Vale do Taquari, a histórica ponte rodoferroviária Brochado da Rocha teve o trânsito liberado para veículos por volta das 7h15 min desta quarta-feira (5). A estrutura que liga os dois municípios passou por reforma após ter sido parcialmente destruída em setembro de 2023, restando somente a travessia para trens.
A passagem de pedestres já estava liberada na área desde 17 de fevereiro. A cerimônia de inauguração está marcada para o próximo sábado (8), com presença de autoridades.
— Quando a gente poderia começar a obra, tivemos a inundação de maio de 2024. Foi um novo desafio, que acabou atrasando o começo e a conclusão dessa obra — afirma o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, sobre as dificuldades de dar andamento à reconstrução.
— É a devolução da dignidade a essas famílias que transitavam pela ponte todos os dias, uma devolução da logística regional, mas diria que a principal palavra é o recomeço — completou o prefeito.
O projeto de reconstrução foi elaborado pelo governo do Estado e entregue às prefeituras em outubro de 2023. Inicialmente, a obra foi orçada em R$ 12,1 milhões, mas teve valor reajustado em R$ 2,5 milhões a menos, totalizando investimento de R$ 9,6 milhões. A verba foi liberada pelo governo federal em fevereiro do ano passado.
A ponte rodoferroviária Brochado da Rocha é a principal ligação entre Muçum e Roca Sales. Segundo a prefeitura de Muçum, cerca de dois mil veículos trafegam por ela todos os dias. Como a ponte do trem não desabou, muitas pessoas se arriscavam atravessando a pé pela ferrovia.
A estrutura faz a ligação do Vale do Taquari com o Vale dos Vinhedos ao conectar a RS-129 à Rota do Sol e à RS-444, pelo município de Santa Tereza.
De 40 a três minutos de deslocamento
Aqueles que precisavam se deslocar com veículos tiveram de se adaptar. Esse é o caso do empresário Sidy Fernandes, morador de Roca Sales, mas que tem uma metalúrgica em Muçum.
Como o deslocamento diário sem a ponte se tornou muito longo, a alternativa encontrada por ele foi improvisar um dormitório na empresa para permanecer lá durante a semana:
— O meu deslocamento sem a ponte era de 40 quilômetros para ir e 40 quilômetros para voltar para casa. Hoje (com a ponte) eu fico a três minutos de casa, a 1,2 quilômetro. Então faz bastante diferença para a gente. A gente fica muito feliz.
Histórico da obra
Em abril de 2024, a produção das ferragens e vigas para a obra da ponte teve início na sede da empresa Traçado, responsável pela obra, em Erechim. Mas a enchente de maio de 2024 ocasionou mudanças no cronograma e na logística da obra.
As primeiras peças para reconstrução chegaram no município em agosto de 2024. O trabalho de reconstrução da parte rodoviária da ponte, que tem 25 metros de altura, teve início em outubro do ano passado.