
Um jovem de 21 anos teve a cabeça decapitada por uma linha de cerol enquanto pilotava uma moto no último sábado (1º). O caso ocorreu na BR-470 em Navegantes, no litoral norte de Santa Catarina — onde o material é proibido.
Os Bombeiros Voluntários de Navegantes foram chamados por volta das 16h30min de sábado. Ao chegaram no local, constataram o óbito da vítima, identificada como Luiz Eduardo Scloneski.
A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal também compareceram ao ponto do acidente. Agora, a Polícia Civil investiga o caso.
Segundo Ricardo Luiz da Silva, comandante dos Bombeiros Voluntários de Navegantes, moradores da região relataram que é frequente a presença de crianças e adultos soltando pipas às margens da BR-470. Ele também detalhou o acidente de Scloneski:
— Sua esposa estava na garupa da moto. Por sorte não foi outra vítima. De acordo com ela, eles estavam transitando na BR-470 normalmente quando o jovem sentiu gosto de sangue em sua boca e em todo o seu corpo. Logo em seguida, caíram da moto e ela se deparou com o esposo com um corte no pescoço.
Proibição da linha de cerol
Composta por uma mistura de vidro moído e cola, a linha de cerol é proibida em vários Estados. Entre eles, Santa Catarina, onde Scloneski morreu. No Rio Grande do Sul, por outro lado, não há uma legislação ou proposição sobre o assunto.
A lei que proíbe o uso da linha de cerol no Estado vizinho é antiga, de 8 de janeiro de 2001. O texto da Assembleia Legislativa de Santa Catarina veta a "utilização de pipas ou similares equipadas com instrumentos cortantes e com linhas preparadas à base de produtos cortantes". A multa para quem descumprir a norma pode passar dos R$ 200.
Em 2024, foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal o projeto de lei (PL) 339/2024. Segundo a Agência Senado, o texto torna crime a produção, a venda, a compra, a posse e o uso de cerol fora de locais apropriados, como áreas públicas ou comuns e em um raio de um quilômetro de suas imediações.
Ao portal ND Mais, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) ressaltou que o uso de linhas com cerol para empinar pipas apresenta riscos associados tanto para quem pratica o esporte, quanto para quem está perto do local onde o material é utilizado.
"O cerol torna as linhas altamente cortantes, aumentando o risco de lesões severas. Motociclistas e ciclistas são especialmente vulneráveis, pois podem ter o pescoço ou outras partes do corpo atingidas por essas linhas, resultando em cortes profundos. Além disso, pedestres e animais também estão sujeitos a acidentes", alertou o órgão.