O corpo de Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, terceira pessoa morta após comer um bolo com a família, é velado nesta quinta-feira (26) em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. O sepultamento está previsto para as 14h.
O caso ocorreu no fim de semana de Natal, em Torres, no Litoral Norte. Duas pessoas seguem hospitalizadas em estado estável.
A cerimônia é restrita a amigos e familiares e ocorre no Cemitério São Vicente, o mesmo local onde foram sepultadas Tatiana Denize Silva dos Santos e Maida Berenice Flores da Silva, respectivamente filha e irmã de Neuza. Parte da família morava em Canoas até maio deste ano. Quando foram atingidos pela enchente, alguns se mudaram para o litoral, onde o bolo foi preparado.
As três vítimas morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana e Maida tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres. Neuza teve como causa da morte divulgada "choque pós intoxicação alimentar".
Conforme a instituição de saúde, permanecem hospitalizados uma outra irmã de Maida – que teria preparado o bolo – e o neto dela, uma criança de 10 anos. Elas tiveram melhora no estado de saúde e estão "clinicamente estáveis", de acordo com boletim médico divulgado na manhã de quinta-feira (26).
Investigação
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não teria comido o bolo. A mulher que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.
A investigação encaminhou os corpos para necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), órgão responsável por atestar a causa da morte. Os alimentos consumidos pela família foram recolhidos e também vão passar por perícia. Os primeiros resultados devem ser divulgados na próxima semana.
— Nós temos informações, inclusive, que tinha uma maionese lá que estava vencida há um ano. Havia, de fato, produtos vencidos na residência. Foi encontrado um frasco, um remédio, que não é tarja preta, que dentro dele deveria haver cápsulas e não havia cápsulas. Havia um líquido branco. E esse líquido branco será periciado também — explicou o delegado Marcos Vinícius Velho.
Conforme o delegado, o ex-marido da mulher que fez o bolo morreu em setembro por intoxicação alimentar. A morte não foi investigada pela polícia, por ter sido considerada natural. Agora, a polícia instaurou inquérito sobre o caso e pediu exumação do corpo.