Lajeado nem conseguiu se reerguer ainda da enchente de setembro de 2023 e já revive a necessidade de se reconstruir. O município de cerca de 85 mil habitantes voltou a sofrer com as cheias do Rio Taquari. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta quarta-feira (29), o prefeito Marcelo Caumo trouxe dois números que dão a exata noção da tragédia vivenciada pelos moradores da região.
— O Rio Taquari tem cota normal de 13 metros. Em setembro, chegou a 29m30cm. Agora, em maio, ele subiu mais quatro metros e alcançou 33m30cm — destacou, citando um local específico da cidade do Vale do Taquari que foi fortemente atingido pelas inundações ocorridas em maio:
— Conseguimos entregar essa praça (próximo ao leito do Rio Taquari) no final de 2019. Virou um ponto turístico da cidade e da região. Em 2023, a praça ficou submersa, mas não teve nenhuma avaria. Mas agora ela foi muito danificada. Esses espaços próximos ao leito do Rio Taquari precisam ser dedicados a isso, ao lazer. Vamos buscar remover todas famílias que ainda moram ali. É uma região de muita correnteza. Esses são os projetos futuros para a cidade.
Entre os temas que ainda não foram solucionados está a construção de novas moradias. Caumo faz um apelo que o processo seja agilizado por parte dos governos estadual e federal.
— A reconstrução depende da construção de casas. Não conseguimos ainda. Tivemos deferido 380 casas pelo governo estadual, pelo governo federal e pela Defesa Civil, mas não foi colocado nenhum tijolo ainda. Está é a crítica que a gente faz. Os processos precisam ser acelerados. A minha sugestão é de que se repasse a responsabilidade aos municípios. Eles ficam responsáveis, prestam contas e aceleram os processos. Não podemos esperar para dar as respostas — ressaltou.
O prefeito também relembrou os momentos de tensão que passou para retornar a Lajeado quando começaram a chegar as primeiras informações sobre o alto volume de chuva.
— Foi justo quando estava de férias. Quando tivemos a notícia de que viria muita água, fiz um esforço para voltar. Consegui passar por Eldorado e Charqueadas, pois a BR-386 já estava trancada. Aquele 1º de maio foi o último momento em que se consegui passar por lá. Depois foi tudo bloqueado — recordou.