A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte de um estudante de 18 anos, encontrado sem vida em uma república estudantil, na segunda-feira (18), em Bauru, no interior de São Paulo. O estudante Joaquim Felipe Feliciano Espíndola era calouro no curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e havia participado de uma festa em outra república na noite de domingo (17). Ao chegar da festa, ele passou mal e foi dormir.
A polícia requisitou exames toxicológicos e aguarda também o laudo da necropsia para direcionar eventual investigação. Familiares estão em busca de respostas para entender o que aconteceu.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado no plantão da Delegacia Seccional de Bauru como morte suspeita — este registro acontece quando há dúvidas a serem esclarecidas sobre o que de fato aconteceu. Durante a investigação, os moradores da república e colegas que estiveram na festa com Joaquim serão convocados para prestar esclarecimentos.
Conforme a SSP, na tarde de segunda-feira (18), policiais militares de Bauru foram acionados para atender a uma ocorrência de morte suspeita. Quando chegaram ao local, no bairro Jardim Brasil, eles foram informados pelos moradores que se tratava de uma república estudantil e que, no dia anterior, a vítima teria ido a uma festa, passou mal e dormiu.
Quando acordaram no dia seguinte, os colegas perceberam que o jovem já estava roxo e não estava respirando. Foi chamado o resgate e a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito.
O corpo do estudante foi velado, na terça-feira (19), no Velório Rosa de Saron, em Andradina, onde mora sua família.
"Coração partido", diz irmão
Joaquim tinha começado as aulas na última semana de fevereiro. Os familiares o descreveram como um rapaz esforçado, inteligente e saudável.
— Estamos de coração partido. Difícil uma perda assim — disse o irmão, João Vitor Feliciano Espíndola.
Ele contou que Joaquim tinha completado 18 anos no dia 19 de fevereiro e estava feliz com os estudos.
— Não tinha nenhum problema de saúde. Para a gente, estava tudo certo com ele. Lutava judô, jogava vôlei toda semana. Sempre foi e voltou da escola de bicicleta — disse.
A família vai acompanhar a apuração da polícia, segundo João Vitor:
— Queremos entender o que realmente aconteceu. Ele simplesmente foi a uma festa no domingo.
Uma prima do estudante, Thais Espindola, também disse que a família espera por respostas sobre o que aconteceu:
— Estamos muito tristes. O Joaquim era caseiro, não era de ir a esses tipos de eventos. Não bebia, não fumava, nunca usou drogas. Então a ficha não caiu sobre o que aconteceu e não podemos condenar ninguém ou julgar até sair o laudo. Porém, até lá, serão 15 dias de angústia e sofrimento.
Segundo a prima, Joaquim era um estudante esforçado e inteligente.
— Ele passou em três universidades e escolheu a de Bauru, por ser mais perto de Andradina, onde moram os pais. Até onde sabemos, o Joaquim não tinha problemas de saúde. Era um menino atleta, fazia judô, ganhou campeonatos. Os pais dele são o casal de tios mais carinhoso, mais amigo e companheiro, não só com os filhos, mas também com os sobrinhos — disse.
A prima usou sua página no Facebook para se despedir de Joaquim: "descanse em paz, meu primo, que Deus conforte nossos corações e de seus pais e irmão. Você que era tão cheio de saúde, não bebia, não fumava. Nossa ficha ainda não caiu".
A Unesp divulgou um comunicado lamentando a morte do estudante. "Nossos sinceros sentimentos aos familiares e amigos", diz a nota, assinada pelo diretor da Faculdade de Engenharia de Bauru, José Alfredo Covolan Ulson.
A reportagem questionou a direção da Unesp de Bauru sobre eventual apuração interna do ocorrido e aguarda retorno.