Fortes chuvas provocaram a morte de pelo menos 11 pessoas e deixaram duas desaparecidas, de acordo com as informações disponíveis até o final da tarde deste domingo (14), no Rio de Janeiro.
As regiões mais atingidas pelos temporais, que causaram alagamentos e quedas de árvores desde a véspera, foram a Baixada Fluminense e a zona norte da cidade do Rio. As inundações comprometeram as operações de ônibus e metrô, e levaram o prefeito da capital, Eduardo Paes, a decretar situação de emergência. A medida, com validade de 90 dias prorrogáveis por igual período, facilita ações do poder público ao suspender necessidade de licitações para amenizar os estragos e permitir requisição de bens particulares em situação de "iminente perigo público".
Paes também divulgou um apelo para que as pessoas evitassem sair à rua ainda no começo da manhã:
— Numa situação dessas, as pessoas têm de se preservar, se cuidar, evitar deslocamento pela cidade. Por exemplo, a Avenida Brasil, uma das principais da cidade, está totalmente interditada. Então (é importante) ficar em casa, evitar esse deslocamento. Não só preserva a sua vida como ajuda os órgãos públicos.
A avenida foi liberada ainda antes do meio-dia, mas a capital fluminense manteve o estágio operacional 4 — em uma classificação de risco que vai de 1 (normal) a 5 (rotina severamente afetada). O quarto grau expressa "muitas ocorrências graves e de alto impacto ocorrendo de forma simultânea em diferentes regiões".
A recomendação, nesse caso, é não se deslocar, ficar em local seguro e se manter informado sobre os desdobramentos da situação. No município de Niterói, o estágio de alerta chegou ao máximo. Em Acari, no norte da capital, o hospital Ronaldo Gazzola foi alagado e chegou a ficar seis horas sem energia elétrica. Viaturas da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal ficaram submersas após a água invadir o pátio das corporações.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que "não faltarão recursos" para Rio de Janeiro e colocou a estrutura da Defesa Civil Nacional à disposição.
— Não faltarão recursos federais para atendimento à cidade do Rio de Janeiro. Essa é uma determinação do presidente Lula para qualquer caso de desastre no país — afirmou Góes, mas sem detalhar a possível ajuda federal.
As vítimas
Segundo o portal g1, das 10 vítimas confirmadas até o momento, três foram encontradas na zona norte do Rio. Uma mulher foi achada afogada dentro de casa, no bairro de Acari. No bairro Ricardo de Albuquerque, bombeiros retiraram o corpo de um homem soterrado, e uma pessoa foi vítima de um deslizamento no Morro da pedreira.
Outras três pessoas morreram em Nova Iguaçu: o corpo de uma mulher foi encontrado próximo a um córrego, um óbito foi confirmado no Bairro da Luz e mais uma morte por afogamento ocorreu no bairro Comendador Soares.
Em São João de Meriti, um homem morreu por descarga elétrica e outro por afogamento . Na mesma cidade, uma criança seguia desaparecida. Também morreram dois homens em Duque de Caxias — um por descarga elétrica, outro ainda sem confirmação de causa.
Em Belford Roxo, onde também foi contabilizada uma morte, uma mulher desapareceu depois que o carro onde ela estava com o marido foi arrastado para dentro de um rio, ainda na noite de sábado. O homem conseguiu escapar.
Ainda segundo o g1, a Defesa Civil carioca registrou mais de 30 bolsões d’água nas vias principais do município, 15 pontos de alagamento e cinco quedas de árvores. O Corpo de Bombeiros atendeu a mais de 180 ocorrências relacionadas às chuvas entre a manhã de sábado (13) e o domingo em todo o território fluminense. Ao todo, 29 sirenes foram acionadas em 16 comunidades do Rio, onde os moradores foram orientados a deixarem suas casas.
São Paulo também teve mortes
O Estado de São Paulo também registrou vítimas devido ao mau tempo entre a sexta-feira (12) e a madrugada de sábado. Um homem de 48 anos morreu em um deslizamento em São Bernardo do Campo, e um menino de seis anos foi levado pela água em Juquitiba. Segundo os Bombeiros, uma pessoa estava desaparecida.