Subiu para 12 o número de mortes no Rio de Janeiro em decorrência das chuvas intensas que atingiram o Estado desde sábado (13). Além das mortes, o temporal deixou ruas inundadas e alagadas, com efeitos sobre o transporte público.
Cidades da Baixada Fluminense e bairros da zona norte da capital, como Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Acari e Irajá, foram os principais locais afetados pelas chuvas.
No domingo (14), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), decretou situação de emergência na cidade "devido aos impactos e aos danos provocados pelas chuvas".
Nesta segunda-feira (15), a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência do município do Rio de Janeiro, em decorrência de chuvas intensas. A decisão consta de portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
No domingo, por meio de nota, o Palácio do Planalto informou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhou a situação e conversou por telefone com os prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, garantindo apoio do governo federal ao trabalho das prefeituras e assistência da população atingida pelas chuvas.
Emergência em outras seis cidades
Além da capital, as cidades de Nova Iguaçu, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Duque de Caxias e São João de Meriti também foram fortemente atingidas pelo temporal do final de semana.
Nesta segunda-feira, o governador Cláudio Castro (PL) se solidarizou com os atingidos, culpou o El Niño pelo grande volume repentino de chuva e disse que a frequência desses eventos "é o novo normal".
— Nós sabemos que, com este ano que a gente está passando, com esta nova realidade, com o El Niño, infelizmente, este é o nosso novo normal. E, por isso, o Estado e as cidades têm que ser cada dia mais resilientes — declarou o governador.
Castro se reuniu com secretários e outras autoridades do Estado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, região central do Rio, no fim da manhã. O governador estava de férias nos Estados Unidos com a família e retornou nesta segunda.
A ausência no Estado no fim de semana provocou críticas nas redes sociais, mas o chefe do Executivo assegurou que estava em contato com sua equipe desde a noite de sexta-feira (12).
— Eu estava fora, aconteceu e no primeiro voo em seguida eu vim. A gente não governa por rede social — disse o governador.
De acordo com o governador, há "entre 500 e 600 pessoas desalojadas ou desabrigadas", mas o total ainda está sendo contabilizado.
Prefeituras das cidades mais atingidas estão cadastrando as famílias para receberem o Cartão Recomeçar, um auxílio de R$ 3 mil fornecido em parcela única pelo governo do Estado. Castro alertou, contudo, que a concessão do benefício atenderá critérios "rigorosos".
O governador também afirmou que vai notificar o governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as condições da BR-040, que registrou bolsão d'água por mais de oito horas em frente ao Hospital Adão Pereira Nunes.
De acordo com Castro, ele deverá conversar por telefone com o presidente Lula na tarde desta segunda-feira buscando acelerar investimentos previstos para o PAC, e que têm reflexo direto para diminuir o risco de inundações como as do fim de semana. Ele citou obras de contenção e limpeza do Rio Botas, em Nova Iguaçu, estimadas em R$ 730 milhões.