O governo federal autorizou o reconhecimento do estado de situação de emergência em Maceió pelos danos causados em razão do afundamento de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem. O reconhecimento deve ser publicado ainda nesta sexta-feira (1º) no Diário Oficial da União. Existe o receio por parte dos órgãos de Defesa Civil de que estrutura entre em colapso a qualquer momento.
O anúncio ocorreu após a realização de uma reunião em que participaram o ministro do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes, e a Defesa Civil Nacional. Góes disse que está acompanhando a situação na capital alagoana, que sofreu, nos últimos dias, seguidos abalos sísmicos causados por atividades de mineração.
O encontro teve como objetivo apresentar as informações levantadas pela equipe e traçar, em parceria com as defesas civis estadual e municipal, uma estratégia para atender a população afetada.
— Iremos reconhecer ainda nesta sexta-feira a situação de emergência na cidade de Maceió e também repassaremos os recursos necessários para apoio à população — afirmou o ministro.
Os locais que mais sentiram os recentes tremores de terra foram os bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro. As áreas estão isoladas e os moradores foram realocados.
De acordo com a Defesa Civil Nacional, houve uma significativa movimentação no solo de Mutange, que chegou a 50 centímetros nas últimas 24 horas.
Segundo o comunicado, a última média de movimentação calculada na área era da ordem de 18 centímetros por ano. Foram identificadas ainda trincas e rachadura no solo, que evoluíram significativamente.
De acordo com o diretor de obras da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão, que coordena a ação com o apoio de membros do Grupo de Apoio a Desastres (Gade), ocorreram 1.011 eventos sísmicos na área entre o período de 19 a 24 de novembro deste ano.
— Além da quantidade elevada de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação da cavidade em direção à superfície — disse Falcão.
O reconhecimento de emergência permite que o Estado e a prefeitura possam ter acesso a recursos emergenciais do governo federal.
Antes e depois
A área já havia sido evacuada pela população, deixando bairros completamente abandonados na região. Os problemas começaram ainda em 2018, quando um tremor causou rachaduras em ruas e casas, além do afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Só naquele ano, 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas. A mineradora está sendo responsabilizada pelo estrago.
Veja, abaixo, como alguns pontos eram em 2019 e como estão agora, desocupados: