O solo na região da mina de sal-gema da Braskem em Maceió cede um centímetro por hora. A diminuição na velocidade de movimentação foi divulgada pela Defesa Civil da capital do Alagoas no seu boletim mais recente, emitido na noite de sexta-feira (1).
Não se descarta, porém, a possibilidade de a estrutura entrar em colapso a qualquer momento. O fenômeno é chamado de sinkhole, termo em inglês para denominar vazios de superfície que podem ocorrer no solo quando não se conhece a fundo sua composição e suas especificidades ao explorá-lo.
Desde que as medições específicas começaram, na terça-feira (28), a velocidade de movimentação do solo chegou a 2,6 centímetros por hora. Nas últimas 24 horas analisadas pela Defesa Civil, o deslocamento vertical foi de 11,4 centímetros- menor do que os 50 centímetros registrados em dias anteriores. Do último dia 21 até as 17h15min dessa sexta-feira, esse afundamento do solo chegou a 1,43 metros.
Três sensores foram instalados no local e seguem apresentando alertas de movimentação. O último evento sísmico foi registrado também na sexta-feira pela Defesa Civil. O tremor de magnitude 0,39 ocorreu a 330 metros de profundidade. Entre os dias 19 e 24 de novembro, um total de 1.011 eventos sísmicos foram detectados no mesmo local.
A situação da mina
A extração realizada pela Braskem na mina de sal-gema foi interrompida há cinco anos e a área já havia sido evacuada pela população. A empresa atuava na região desde a década de 1970, no bairro Mutange.
Os problemas começaram ainda em 2018, quando um tremor causou rachaduras em ruas e casas, além do afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Só naquele ano, 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas.
Na sexta-feira, o governo federal autorizou o reconhecimento do estado de situação de emergência em Maceió pelos danos causados pelo afundamento do solo. Esse reconhecimento de emergência permite que o Estado e a prefeitura possam ter acesso a recursos emergenciais do Planalto.