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Em funcionamento desde o dia 22 de junho, o projeto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que realiza o sequenciamento genético do coronavírus, precisa de mais recursos para ampliar a análise de amostras. O sequenciamento permite identificar a linhagem do vírus, ou seja, qual a variante. O objetivo com a ampliação é ajudar na busca de possíveis casos de infecção pela variante Delta, que é a que mais preocupa o mundo todo neste momento.
O projeto iniciou com autonomia para a realização de análise de 500 amostras de pessoas infectadas pelo coronavírus. Até agora, 30 foram concluídas e todas são da variante Gama, anteriormente denominada P.1, surgida em Manaus.
Segundo a professora que coordena o projeto, no Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas do Centro de Ciências da Saúde da UFSM, Priscila de Arruma Trindade, que tem doutorado em doenças infecciosas e parasitárias, um pedido de isenção nas taxas de importação dos produtos necessários para a ampliação das análises está pendente, em função do fim do subsídio oferecido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) a cientistas para baratear a importação de insumos e equipamentos.
Os mesmos produtos no mercado nacional custam praticamente o dobro do valor, o que dificulta a ampliação do projeto. A proposta era para conseguir insumos suficientes para analisar mais 200 amostras.
Um novo projeto para possibilitar essa ampliação será inscrito em um edital de uma entidade pública para tentar angariar os recursos necessários. Apesar disso, empresas ou outras entidades que queiram fazer doações podem entrar em contato com a UFSM.
Uma mudança foi realizada para ampliar a vigilância genômica de SARS-CoV-2 - o nome do vírus que causa a covid-19 - na região, que agora será de forma aleatória e aumentará para 24 amostras por semana. Antes, cinco critérios eram pré-definidos para a seleção de amostas de infectados que seriam analisadas. Só iam para os laboratórios o material de pacientes vacinados que precisaram de internação; pacientes com evolução atípica, com início em menos de cinco dias de sintomas ou óbito; pacientes oriundos de regiões fronteiriças ou do exterior; suspeitos de reinfecção e profissionais de saúde vacinados.
O projeto também tem a parceria do professor do Departamento de Clínica Médica do Centro de Ciências da Saúde da UFSM, Alexandre Schwarzbold, que é presidente da Sociedade Riograndense de Infectologia. Ele coordenou pesquisas com as vacinas da Universidade de Oxford e da empresa chinesa Sichuan Clover Biopharmaceutical em Santa Maria.