O provedor da Santa Casa de São Gabriel, no centro do Estado, foi afastado do cargo, após ser acusado de assédio moral e sexual. A medida foi tomada depois que o Ministério Público do Trabalho obteve liminar na Justiça, que determinou o afastamento provisório, que deve durar até o fim do processo, para evitar qualquer influência na coleta de provas.
A Ação Civil Pública que tramita na Justiça. se baseia em investigação da Polícia Civil. Conforme o delegado José Bastos, as vítimas relatavam que os casos aconteceram entre 2013 e 2014 e, novamente, entre 2018 e 2020. O juiz Eduardo Duarte Elyseu, da Vara do Trabalho de São Gabriel, foi quem concedeu a liminar que decidiu pelo afastamento do provedor.
Segundo relatos das vítimas, o assédio moral acontecia após a rejeição das investidas sexuais. Quatro vítimas e cinco testemunhas foram ouvidas, e entre os relatos o homem tentava se aproximar e fazer amizade com as mulheres, para depois tentar ter conversas íntimas ou contato físico, sempre com visível intuito sexual. Algumas das vítimas já não fazem mais parte do quadro de funcionários da Santa Casa.
O Ministério Público já acompanha o cumprimento de um Termo de Ajuste de Conduta, firmado anteriormente pela Santa Casa, também por conta de assédio. Isso deve sujeitar a instituição a multas em outro procedimento.
A ação transcorre em segredo de justiça, para proteção da identidade das vítimas. As testemunhas e vítimas apontadas no inquérito policial que baseia a ação tiveram seus vínculos empregatícios garantidos pela liminar.
Além de afastar o gestor, a liminar sujeita a Santa Casa a multas caso novos atos de assédio moral e sexual aconteçam contra seus empregados, incluindo contato físico sem permissão, insinuações de índole sexual, demonstração de vídeos de conteúdo erótico e comentários impertinentes e constrangedores acerca da vida íntima.
Procurado pela reportagem durante a investigação policial, na última quarta-feira (27), Luis Carlos afirmou que ainda não havia sido notificado oficialmente, mas que já sabia do caso. Ele disse não ter nada a declarar naquele momento, mas que iria constituir defesa caso fosse acionado. Nesta sexta-feira, após a decisão da justiça, a reportagem tentou contato com o provedor, mas não teve retorno.