Foi com preocupação que moradores de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, receberam a notícia do rompimento de uma barragem da mineradora Vale nesta sexta-feira (25). A gaúcha Luiza Elsner Matté, 26 anos, visitava o Instituto Inhotim, um dos principais centros de arte ao ar livre da América Latina, que fica no município de quase 40 mil habitantes. Ela falou à Rádio Gaúcha sobre a aflição dos funcionários que residem na cidade.
— As pessoas estavam apreensivas, preocupadas com as suas famílias — contou a jovem, natural de Erechim, mas que trabalha em uma empresa de telefonia em São Paulo.
Por meio de nota divulgada às 15h57min desta sexta pelas redes sociais, o instituto informou que precisou esvaziar a área de visitação do museu e que todos os funcionários e visitantes foram orientados a deixar o local, conforme recomendação da Polícia Civil.
— Estávamos no parque almoçando. Quando saí do restaurante e estava indo para outra atração, os funcionários avisaram que teve o rompimento dessa barragem e teriam que evacuar o parque, porque corria risco da lama chegar ao local — relatou Luiza, que diz ter recebido essa orientação por volta de 13h30min.
— Foi muito difícil, porque muita gente que trabalha no parque deve morar em Brumadinho. As pessoas estavam nervosas, algumas no telefone, outras chorando. Acredito que essas moram ou têm familiar por lá — destacou.
Os responsáveis por Inhotim disseram que, até o momento, a área do parque não foi atingida, não havendo feridos nem prejuízo às obras, jardins e outras instalações. O local não abrirá no final de semana em solidariedade ao município e às pessoas atingidas.
Luiza, que já está em Belo Horizonte, deixou o local de carro por uma estrada secundária, de chão batido. Segundo ela, o movimento era grande em direção à capital de Minas Gerais:
— Pelo que deu para perceber, vão usar Belo Horizonte para abrigar as pessoas de Brumadinho.
Ainda não há informação sobre feridos. Um helicóptero do Corpo de Bombeiros sobrevoa a região. De acordo com a corporação, cerca de 200 pessoas estão desaparecidas.
A prefeitura do município publicou um alerta, nas redes sociais, solicitando que a população não fique perto do leito do Rio Paraopeba.
O acidente acontece três anos depois do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco (Vale e BHP), em Mariana, também em Minas Gerais. Na época, 19 pessoas morreram.