Os rejeitos da barragem rompida em Brumadinho deverão percorrer por dois dias o Rio Paraopeba e chegar a uma usina hidrelétrica que tem 82 megawatts de capacidade. everá receber em cerca de dois dias os rejeitos das barragens rompidas em Brumadinho, na região metropolitana de Minas Gerais. Retiro Baixo fica a cerca de 220 km do local do rompimento.
Conforme a agência, a barragem permitirá o "amortecimento da onda de rejeito". Caso a lama não estacione nesse ponto, seguirá para a Represa Três Marias, último entreposto antes dos resíduos atingirem o Rio São Francisco. Até o momento, não existe estimativa de tempo para esse segundo fluxo.
"Estamos em constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento", diz trecho do comunicado.
A estatal Furnas, do grupo Eletrobras, informou que paralisou as operações das duas turbinas da hidrelétrica. A paralisação é uma medida preventiva, para evitar que os rejeitos da barragem de Brumadinho possam comprometer sua estrutura.
A concessionária Retiro Baixo Energética, formada por Furnas (49%), Cemig (49,9%) e Orteng (1,1%), declarou ainda que já tomou as primeiras providências para conter a lama. "Foi interrompida a operação da usina, realizados testes de vertedouro e fechadas as tomadas de água para preservar os equipamentos."
A empresa está em contato com as autoridades para avaliar os reflexos causados pelo deslocamento da lama e tomar novas providências. Uma equipe da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) seguirá neste sábado (26) para a região para acompanhar o trabalho de contenção.
A hidrelétrica tem potência de 82 megawatts (MW) e está localizada na região dos municípios mineiros de Pompéu e Curvelo, a cerca de 240 quilômetros de Brumadinho.
200 pessoas desaparecidas
O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais confirmou que o rompimento das barragens deixou 200 desaparecidos em Brumadinho. Imagens mostram que uma enxurrada de lama tomou conta de extensas áreas da cidade.
O acidente ocorre pouco mais de três anos após o rompimento da barragem do Fundão, na cidade de Mariana, que deixou 19 mortos em novembro de 2015. Na ocasião, os rejeitos de minério lotaram o rio Doce e provocaram a morte de milhões de peixes, anfíbios, répteis e aves marinhas.
Um gabinete de crise já foi montado no Palácio do Planalto para acompanhar todo o desenrolar da situação decorrente do rompimento das barragens.