Devido à falta de repasses do governo do Estado, três hospitais de Canoas atenderão apenas casos de urgência e emergência a partir da próxima segunda-feira (19). Os hospitais Universitário, Pronto Socorro e Nossa Senhora das Graças deixarão de oferecer mais de cem tipos de procedimentos, entre consultas, exames e serviços de ambulatório.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Rosa Groenwald, as instituições que terão restrição realizam mais de 10 mil atendimentos por mês, em média.
— Não temos como manter insumos, a estrutura, salários dos funcionários. Tudo isso implica em custo. E oferecemos de tudo, desde exames mais simples a procedimentos como hemodinâmica, que identifica obstruções das artérias do coração - justifica a secretária.
A prefeitura justifica as medidas devido à falta de repasses do governo do Estado, no montante de R$ 37 milhões.
Os agendamentos já foram suspensos. A secretária afirma que se o Estado colocar os repasses em dia, será feita uma ação para retomar os atendimentos.
— Assim que o recurso chegar, vamos reagendar os procedimentos.
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul informou que "nos próximos dias, deverá ser informada a data de pagamento dos incentivos estaduais em aberto à Saúde, que correspondem ao atraso de duas parcelas, totalizando R$ 130 milhões". O Piratini citou ainda que "tem feito um grande esforço para regularizar as dívidas herdadas com as instituições hospitalares, prefeituras e fornecedores, que chegavam a R$ 763 milhões".
Conforme o texto, de janeiro a setembro, foi repassado R$ 1,8 bilhão para hospitais e prefeituras. Outros R$ 200 milhões foram objeto de sequestros judiciais para compra de medicamentos, diz o governo.
A Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) estima que o Estado tenha uma dívida de cerca de R$ 500 milhões com prefeituras para manutenção dos serviços de saúde.