Investigado pelo desvio de dinheiro arrecadado de fieis na cidade de Formosa, em Goiás, o bispo dom José Ronaldo Ribeiro indicou um nome curioso na lista de 31 testemunhas que podem defendê-lo: Jorge Mario Bergoglio, mais conhecido como Papa Francisco.
O esquema investigado pelo Ministério Público de Goiás incluiu como acusados outros nomes ligados à Igreja de Formosa, como um vigário, um juiz-eclesiástico e outros três padres. Deflagrada em março, a operação recebeu o nome de Caifás. De acordo com o portal G1, a suspeita é de que os religiosos tenham desviado cerca de R$ 2 milhões da diocese para comprar carros de luxo, uma casa lotérica e uma fazenda de gado. O dinheiro viria não apenas do dízimo, mas também das doações de fieis, além de taxas cobradas em batismos e casamentos.
José Ronaldo Ribeiro foi afastado da igreja e preso no dia 19 de março. Menos de um mês depois, saiu mediante um habes corpus concedido pela Justiça. Na lista de testemunhas, citou, além do Papa Francisco, o núncio apostólico Giovanni D'Aniello e o cardeal Dom João Braz.
D'Aniello é o representante da Santa Sé que atua no Brasil como uma espécie de embaixador. Ao G1, a assessoria do núncio disse que ele está escrevendo um parecer sobre o caso do bispo, e que o texto deve ser enviado à Santa Sé para que, assim, a Igreja tome as medidas cabidas.