A economia realizada principalmente nos últimos 30 dias funcionou. Para impedir que os túneis da BR-101, em Morro Alto, sejam fechados em dezembro, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) do Rio Grande do Sul suspendeu tudo o que podia de obras.
Desde outubro já não há mais verba para realizar a manutenção dos mais de 5 mil quilômetros de rodovias federais. A falta de dinheiro em caixa se deve ao contingenciamento de recursos do governo federal, obrigando a autarquia a administrar o que sobrou de dinheiro para 2017.
Inclusive, técnicos do Dnit estão acompanhando de perto a previsão do tempo para os próximos dias. Se a falta de chuva se mantiver por mais 10 dias, não será necessário fazer reparo emergencial como tapa-buraco, o que garante a abertura dos túneis durante o veraneio.
Agora, se nos próximos dias a autarquia precisar gastar onde não está prevendo, os túneis serão fechados. Como alternativa, os usuários da BR-101 teriam de voltar a usar o traçado antigo da rodovia, que não é duplicada, o que aumentaria o deslocamento em mais 11 quilômetros.
A manutenção dos dois túneis custa ao governo federal R$ 533 mil por mês. A estrutura de 1,8 quilômetro exige uma complexa estrutura de pessoal e de equipamentos de segurança para manter a circulação de veículos na região.
São aproximadamente 30 profissionais envolvidos entre engenheiros, técnicos de suporte em sistema e enfermagem, monitores, eletricistas, mecânicos e vigilantes. O monitoramento do local conta com 40 câmeras. Um sistema com duas subestações alimentadas por gerador garante energia para a estrutura. A empresa paulista Hhtec Comércio e Serviços Eireli é a responsável pela fiscalização do trânsito nos túneis desde setembro de 2014.
Os túneis foram inaugurados em dezembro de 2010. A duplicação da BR-101, entre Osório-RS e Palhoça-SC, começou em janeiro de 2005. Os 88,5 quilômetros do trecho gaúcho foram entregues em fevereiro de 2011.