Um julgamento foi interrompido na tarde desta quinta-feira (3), no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), após um advogado acusar um desembargador de ter lhe cobrado propina para julgar favoravelmente aos seus interesses. Segundo o colunista Rafael Martini, do jornal Diário Catarinense, o caso ocorreu na 1ª Câmara Cível, que analisava um agravo de instrumento interposto em execução de honorários, que envolvia uma disputa de R$ 35 milhões.
Durante a sessão, o advogado Felisberto Odilon Córdova afirmou que o desembargador Eduardo Gallo, relator do processo, havia solicitado R$ 700 mil para beneficiá-lo no julgamento. Bastante exaltado, Córdova não economizou nas críticas. Diante da denúncia, que chamou de infundada, Gallo exigiu de pronto que se desse ordem de prisão ao advogado, reclamou dos excessos e disse nunca ter sido chamado de vagabundo em 25 anos de magistratura.
Leia mais
Julgamento no TSE vira palco para ataques ao Ministério Público
Ministros sobem o tom durante julgamento da chapa Dilma-Temer
Estagiária do TJ-RS é demitida após receptar celular roubado em Porto Alegre
Para acalmar os ânimos, o presidente da Câmara, desembargador Raulino Brunning, pediu vistas dos autos, suspendeu o julgamento e decidiu oficiar o Ministério Publico e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para acompanharem o caso.
A cena foi registrada em vídeo, que circula nas redes sociais. O presidente da OAB-SC, Paulo Brincas, determinou a instauração de uma comissão para apurar os fatos, presidida por ele. O presidente em exercício do TJ-SC, desembargador Alexandre d'Ivanenko, informou por meio da assessoria de comunicação que já tinha ciência do ocorrido e que pretende analisar o caso antes de se manifestar.