O irreconhecível povoado de Vila Oliva, distante cerca de 30 quilômetros do centro de Caxias do Sul, amanheceu novamente sob chuva nesta sexta-feira. Após o temporal que vitimou uma mulher e deixou sete feridos, o cenário de destruição foi composto também por um batalhão de trabalhadores que enfrentou o frio e o tempo molhado para tentar acelerar a reconstrução das 150 casas que sofreram danos – nem vigas restaram pelo menos de 100 delas.
Prefeitura e prestadores de serviços, como a RGE, correm contra o tempo para limpar as ruas, restabelecer a energia elétrica e socorrer moradores desabrigados (a estimativa é que são 450 pessoas que ficaram sem teto). Foi nesta manhã que os moradores pareciam entender o tamanho do trabalho que terão para reerguer o distrito.
– A minha ficha caiu só agora. Passei a noite no meu irmão, porque a minha casa ficou destruída, e mesmo assim, choveu dentro da casa dele – relata a aposentada Leir Daneluz, 62 anos.
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A noite da quinta-feira foi difícil para boa parte dos moradores, mas segundo assistentes sociais, ninguém precisou dormir no salão paroquial. Vizinhos, conhecidos e familiares emprestaram moradias, cederam cômodos das casas e tentaram amenizar a situação abrigando as vítimas do desastre ambiental. O salão, portanto, virou um depósito para os caminhões que chegam durante todo o dia com doações.
Ainda que exista boa quantidade de material doado, há muita necessidade por lá:
– Nós precisamos muito de colchão, material de higiene e limpeza, fraldas e roupas e calçados para crianças – afirma a coordenadora do CRAS Leste, Ediane Salete Mores.
As doações podem ser entregues na prefeitura e na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
O secretário de Habitação e Assistência Social, Elisandro Fiuza, acompanhava o trabalho de recuperação na manhã desta sexta-feira. Ele afirma que o pedido de situação de emergência encaminhado pelo prefeito Daniel Guerra (PRB) tentará arrumar verba para fornecer material de construção às famílias:
– Estimamos que vão ser necessários pelo menos R$ 3 milhões para a etapa inicial. A triagem do que é necessário para cada família já começou – descreve Fiuza.
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Solidariedade
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Raquel Fronza
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