Em assembleia na manhã desta segunda-feira, os funcionários da Visate rejeitaram a proposta de reajuste da empresa e decidiram manter o estado de greve. Os ônibus do transporte coletivo urbano de Caxias do Sul, no entanto, devem circular normalmente.
– É dever do sindicato passar a proposta aos trabalhadores, mas a grande maioria não aceitou, por isso, os funcionários continuam em estado de greve – disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, Tacimer Silva.
Leia mais
Com tarifa congelada até 2018, prefeitura quer saber quantos passageiros usam ônibus em Caxias
Guerra nega reunião com Visate mesmo após promessa de ação judicial
Transportadores privados garantem ônibus de graça em caso de nova greve em Caxias
A proposta sugerida pela empresa foi a de pagar o reajuste salarial de 6,57% de forma parcelada. Funcionaria assim: 1% seria pago já no próximo mês, 2,57% em agosto e o restante, 3%, entraria na folha de pagamento de novembro. Porém, para que esse reajuste fosse possível, a Visate alegou que precisaria aumentar o valor que os funcionários pagam pelo plano de saúde. A contribuição, que atualmente é de R$25, passaria para R$50.
Descontentes com a forma de reajuste, boa parte dos funcionários presentes na reunião não opinou. Muitos manifestaram vontade de paralisar totalmente, até que uma nova proposta fosse feita. Mas, entre a opção de não trabalhar e correr riscos de serem prejudicados, ficou decidido que os veículos vão circular normalmente até que o sindicato busque uma nova proposta junto à empresa durante esta semana. Se não houver acordo, uma nova paralisação não é descartada.
Paradas estavam praticamente vazias no início da manhã
Decidido, então, manter o estado de greve, mas respeitando o acordo de não paralisar o serviço, o primeiro ônibus deixou a garagem da empresa, no bairro Esplanada, por volta das 6h30min.
A estudante Samara Jacques Costa, 17 anos, era uma das poucas pessoas que aguardavam um ônibus no Centro, por volta das 7h. A jovem sabia do possível atraso, mas não tinha outra forma para se descolar até o bairro Rio Branco, onde estuda.
– Quando soube que os ônibus estavam circulando, vim até a parada. Vou chegar atrasada e, provavelmente, vou perder as orientações de um trabalho que já estava agendado – relata a moça, que estuda na escola Aristides Germani.
Em outras paradas pela cidade, poucas pessoas foram vistas pela reportagem. Às 8h desta segunda-feira, o fluxo de ônibus já estava normalizado.
