Favorito na disputa para presidência do Senado, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) ampliou sua fortuna a partir de contratos de suas empresas com a União. As informações são de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. As duas principais empresas do senador têm contratos que somam R$ 703 milhões com bancos controlados pelo Estado.
A holding Remmo Participações, da qual o senador detém 99% do controle, tem sob seu comando as empresas Confederal e a Corpvs, que prestam serviços de vigilância, limpeza e transporte de valores e têm contratos com instituições como o Banco do Brasil, Caixa e Banco Central. O Banco do Brasil pagará às empresas R$ 542,8 milhões pela prestação de serviços em 10 Estados e no Distrito Federal, entre 2015 e 2019. Caixa e Banco Central pagarão outros R$ 161 milhões pelos serviços dessas empresas entre 2011 e 2019, e entre 2014 e 2017, respectivamente. Outra empresa do senador, a Manchester Serviços, que presta serviços de mão de obra terceirizada, fechou contratos de R$ 1 bilhão com a Petrobrás entre 2007 e 2011.
Segundo o Estadão, o patrimônio de Eunício Oliveira triplicou entre 2010 e 2014 – passando de R$ 36,7 milhões, quando concorreu ao Senado pela primeira vez, em 2010, para R$ 99 milhões, quando concorreu ao governo do Ceará.
Em delação premiada na Operação Lava-Jato o executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, afirmou ter pago ao senador suborno de R$ 2 milhões, em duas parcelas de R$ 1 milhão, entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014 – mesmo período em que Eunício adquiriu uma propriedade no Setor Sudoeste, em Brasília, por R$ 1,47 milhão. O valor pago pelo executivo da Odebrecht seria em contrapartidaà aprovação da Medida Provisória 613, que tratava de incentivos tributários, aprovada em agosto de 2014 no Senado. Eunício Oliveira era identificado pelo codinome "Índio" no sistema que registrava o pagamento de propinas da Odebrecht, o Drousys.
Operação Lava-Jato
Favorito à presidência do Senado, Eunício Oliveira triplicou seu patrimônio em 4 anos
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo aponta que o patrimônio do peemedebista passou de R$ 36,7 milhões, em 2010, para R$ 99 milhões, em 2014
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