Metade das casas prisionais da Região Central está superlotada. Dos 16 presídios, penitenciárias e institutos, oito apresentam superlotação, enquanto sete estão com sobra de vagas. Em um deles, o número de apenados é exatamente o limite de capacidade.
Os dados estão no site da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe). A reportagem consultou dados de 16 casas prisionais da Região Central, nos municípios de Agudo, Caçapava do Sul, Cacequi, Cachoeira do Sul, Jaguari, Júlio de Castilhos, Lavras do Sul, Rosário do Sul, Santa Maria, Santiago, São Francisco de Assis, São Gabriel, São Sepé e São Vicente do Sul.
O presídio que está com o maior número de apenados além da capacidade é o de Cachoeira do Sul. São 201 presos no local, quando a capacidade máxima é de 116. Conforme o Delegado Regional, Anderson Prochnow, o caso que mais preocupa é o do município de Agudo. No Presídio, a capacidade é para 58 apenados. Mas a casa já chegou a manter cerca de 100 presos. Alguns tiveram de ser transferidos para a Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). Em contrapartida, o Presídio Estadual de São Francisco de Assis é o que apresenta a maior sobra de vagas. O presídio está com 45 apenados, 29 a menos que a capacidade.
Nas três casas prisionais de Santa Maria, há sobra de vagas. No Instituto Penal, sobram 18. Na Penitenciária Estadual, são 14. Já no Presídio Regional, sobram 24. O Delegado Regional afirma que a Pesm foi criada para desafogar o Presídio Regional de Santa Maria. Agora, segundo Prochnow, ela também recebe presos da região que estão em municípios onde a superlotação está preocupante. Ele também aponta que, mesmo tendo capacidade de infra-estrutura para atender a 766 presos, não há agentes suficiente para tal.
Já no Presídio Estadual de Lavras do Sul, em junho de 2016 não foi registrada nem sobra, nem falta de vagas: o presídio, que tem capacidade para abrigar 28 presos, estava com 28 apenados naquele mês.
Se forem contabilizadas todas as sobras e faltas nas casas prisionais, são 226 presos a mais em oito institutos, enquanto sobram 122 vagas em outros sete. Mesmo que fosse feito um remanejo, ainda faltariam 104 vagas no sistema prisional na Região Central. Uma média de sete presos a mais em cada casa prisional.