O dia 31 de agosto de 2016 entrará para a História não apenas como a data em que o Brasil teve, pela segunda vez desde a redemocratização, um presidente da República eleito pelo voto direto cassado. A quarta-feira também será marcada como o dia em que o país terá três presidentes ao longo de 24 horas.
Depois de três meses e meio afastada do cargo, Dilma Rousseff (PT) teve o mandato cassado pelos senadores, pelo placar de 61 a 20, às 13h35min. Logo mais, às 16h, o interino Michel Temer (PMDB) será empossado como chefe do Executivo, o mais alto cargo político do país. No entanto, como o peemedebista deverá embarcar até o final do dia para a China, para participar da reunião do G-20, repassará o posto, em caráter interino, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).
Momentos após assumir de forma efetiva o cargo de presidente, Temer repassará, em caráter interino, o comando do país a Maia. Conforme o Planalto, a cerimônia será rápida, protocolar e fechada à imprensa, na Base Aérea de Brasília, pouco antes do embarque de Temer.
Desde a reabertura da histórica sessão do Senado, que começou por volta das 11h20min, aliados da petista tentaram postergar a votação do impeachment. A estratégia seria uma tentativa de impedir – ou no mínimo atrasar – o embarque de Temer como chefe do Executivo para a China.
Primeiro nome na linha sucessória, Maia ficará no comando do país até a próxima semana. A viagem de retorno de Temer está prevista para o dia 5, e o seu primeiro grande ato público como presidente efetivo deverá ser a participação no desfile de 7 de setembro.
Temer também vai se reunir com investidores
Na China, além de participar das reuniões do G-20, Temer pretende se reunir com investidores e participar do encerramento de um seminário previsto para 2 de setembro, em Xangai, do qual participarão empresários brasileiros e investidores chineses. A viagem para a China deve durar cerca de 30 horas.
Nas reuniões com investidores estrangeiros e em encontros bilaterais, Temer pretende sinalizar que o Brasil está retomando sua atividade econômica e, assim, transmitir a ideia de que o país é seguro para receber investimentos.
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