O inquérito que apura a morte da jovem Shelli Uilla da Rosa Vidoto, 27 anos, durante um assalto no dia 8 de julho, ainda está em investigação. O procedimento deve ser concluído nesta sexta-feira, e o principal suspeito do crime, Bruno Laurindo Borges, 24 anos, preso preventivamente na última sexta-feira, dia 15, deverá ser indiciado por latrocínio. A Polícia Civil não confirma o seu nome. Apesar de o inquérito ainda não ter sido encerrado, o delegado Laurence de Moraes Teixeira, que responde pela 1ª Delegacia de Polícia, e a equipe de investigação apuraram que as três facadas que mataram a jovem foram desferidas no momento em que ela foi atacada pelo suspeito, que está preso, e por uma adolescente de 15 anos, e não depois, quando ela saiu correndo atrás da dupla.
– As imagens mostram que eles dobram da Benjamin Constant para a Bento Gonçalves e, por volta das 21h05min, atravessam a rua e atacam a vítima. O acusado mais à frente, e a adolescente um pouco mais atrás. Trabalhamos com o fato de que ela foi atacada com a faca já nesse momento e, mesmo ferida, resolveu persegui-los – explica o delegado.
Laurence confirma ainda que os dois suspeitos estariam sob efeito de drogas. Ele também rebate a afirmação de um dos advogados de Bruno, Wedner Lima, contestando o fato de a adolescente ter sido interrogada sem o acompanhamento de um responsável. Laurence explica que nenhum documento de tutela foi entregue no momento do depoimento, que foi acompanhado por um advogado e pelo promotor Rodrigo de Oliveira Vieira.
– Respeitamos a defesa, e entendo que eles estão fazendo o papel deles, exercendo os seus direitos e suas argumentações. Ao longo do processo, essas teses serão confrontadas. O conjunto probatório juntado pelas diligências da investigação apontam, sim, a participação do suspeito – ressalta o delegado.
Wedner Lima afirma que nesta quarta-feira deve entrar com um pedido de habeas corpus para Borges. O defensor conversou com o suspeito, que está preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm), e diz que o jovem nega ser o autor do crime.
– Temos testemunhas, inclusive um policial militar, que vão provar que o meu cliente estava em casa no momento do crime. Além de imagens que mostram que a adolescente estava em outro local, e não junto do Bruno. O que prova que esse depoimento dela foi mentiroso – afirma.