Caxias do Sul teve 12 mortes no trabalho em 2016, de acordo com os dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/Serra). Esse número é 50% maior que o de todo o ano de 2015, quando oito pessoas morreram em acidentes.
A 12ª morte foi constatada na manhã desta segunda-feira (25), quando funcionários da empresa Megametal Fundições encontraram o corpo de Antonio Morello, de 52 anos, em um dos pavilhões. Segundo o gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Vanius Corte, a hipótese da perícia é de que o homem estava trabalhando sozinho durante o fim de semana no telhado, quando a superfície quebrou e a vítima caiu de uma altura de sete metros.
O total de acidentes graves registrados também aumentou, de 94 no primeiro semestre de 2015 para 248 no mesmo período em 2016, um aumento de 163,8%.
O setor de construção civil ultrapassou o da indústria metal-mecânica neste ano. Só na construção, foram registras seis mortes em 2016. Do total de 12 mortes, a estatística registra três mortes violentas no local de trabalho - homicídios - e dois acidentes de trânsito durante o deslocamento do trabalhador.
Segundo a coordenadora interina do Cerest/Serra, Gabriela Dagostini Arcari, a crise econômica tem influência sobre o aumento do número de casos. Uma das consequências é a redução de investimentos na prevenção de acidentes; outro ponto é a sobrecarga de trabalho em função da crise, o que reduz a atenção do trabalhador que acumula funções.