Elas subiram no palco do Planeta Atlântida na noite desta sexta-feira (31), na Saba, e deixaram o público de joelhos. Modo de dizer, claro, mas é a ilustração perfeita para traduzir a potência de três expoentes da nova geração de cantoras brasileiras que se acostumou a romper preconceitos e a derreter falsos moralismos.
Luísa Sonza, Ana Castela e Anitta, cada uma do seu jeito, botaram o Planeta para dançar e mostraram por que são estrelas — e mulherões, em todos os sentidos.
Desde a última apresentação no festival, em 2024, Luísa ganhou estatura. Foi do rock à MPB e do sertanejo ao funk sem desafinar, tirou de letra uma falha técnica de som, dançou, cantou e ainda levou o Rio Grande literalmente para o palco com ela, ao lado de Emily Borghetti e do CTG Rancho da Saudade.
Falou da enchente de maio, quando foi gigante ao emprestar sua fama e doar seu dinheiro à causa da reconstrução. Não por menos, foi ovacionada. Tinha de ser assim.
Renovação no mundo sertanejo com uma mistura de funk e pop, Ana Castela chegou com o chapelão enterrado na cabeça e mostrou por que tem atraído multidões. Com apenas 21 anos, já ostenta currículo de gente grande: em 2024, ela participou da estreia do sertanejo no Rock in Rio, o que não é pouco.
Mesmo para quem não gosta do gênero, não dá para negar: a menina veio para ficar, e azar de quem não vê valor na sua arte.
Depois de causar polêmica no Réveillon de Copacabana, no Rio de Janeiro, com a música Capa de Revista (cheia de termos, digamos, “impróprios para menores”), e de passar pelo BBB, da TV Globo (ao lado do pai), Anitta também deu o recado no Planeta.
Ela transformou o festival em baile de favela. Um baile funk internacional, cantado em português, inglês e espanhol e, claro, acompanhado de uma “surra de bumbum”, goste-se ou não.
— Vocês acharam que eu não ia rebolar a minha bunda hoje? — perguntou a cantora, sem ligar para os moralistas de plantão.
Rebolou muito e hipnotizou o público por mais de uma hora ininterrupta com o seu pancadão global.
Luísa, Ana e Anitta deixaram sua marca no maior festival de música do sul do Brasil. E que marca.