A explosão de um carro-bomba matou nesta terça-feira seis soldados em uma área desértica da Jordânia, na fronteira com a Síria, onde se amontoam dezenas de milhares de refugiados sírios que fogem da guerra.
O ataque acentua o temor de que os extremistas consigam se infiltrar na Jordânia pela Síria, onde o reino hachemita participa desde 2014 da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra o grupo Estado Islâmico (EI), que controla amplas áreas na Síria e no Iraque.
De acordo com um breve comunicado do exército, o carro-bomba explodiu às 05H30 locais (00h30 de Brasília) na região de Rukban (nordeste) e matou seis pessoas: quatro guardas da fronteira, um membro dos serviços de segurança e um agente de proteção civil. Mais 14 pessoas ficaram feridas.
O carro carregado com explosivos havia saído do campo de refugiados sírios e passado por uma abertura, utilizada pela ajuda humanitária, em um muro de terra que separa o acampamento da primeira posição do exército jordaniano.
O motorista explodiu o veículo ao atingir o nível de "posição militar avançada" depois de se esquivar dos tiros dos militares, disse o texto.
Poucas horas depois, o rei Abdalá II visitou a sede central do exército em Amã e prometeu "golpear com mão de ferro todo aquele que tente ferir a segurança do país ou de suas fronteiras".
"Estes odiosos atos terroristas só reforçam nossa vontade de lutar contra o terrorismo", acrescentou o rei.
"Os terroristas atacam de novo, dessa vez nossos guardas de fronteiras (...) Venceremos este mal", escreveu o ministro de Relações Exteriores jordaniano Nase Judeh em sua conta no Twitter.
Nenhum grupo reivindicou o atentado desta terça-feira, cometido em uma área onde vivem 60.000 sírios que pedem refúgio à Jordânia, segundo a contagem dos guardas fronteiriços publicada em maio.
O representante na Jordânia do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), Andrew Harper, declarou à AFP que não se tem registro de vítimas entre os solicitantes de asilo sírios.
O Acnur leva meses pedindo às autoridades jordanianas que "deixem de bloquear as pessoas nas áreas fronteiriças afastadas durante meses" e as "traslade rapidamente para o centro de trânsito".
A Jordânia acolhe mais de 600.000 refugiados sírios, segundo os números da ONU, e 1,4 milhão, segundo as autoridades.
* AFP