A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira, a Operação Esfinge, que investiga um grupo que teria praticado fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio. Uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de armas e outras duas em cumprimento a mandados de prisão.
São apurados crimes em contratos que movimentaram mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação da Casa da Moeda. A PF estima que o grupo tenha movimentado mais de R$ 70 milhões em propina.
Cerca de 30 policiais federais e 12 servidores da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda cumpriram seis mandados de busca e apreensão – cinco em São Paulo e um em Brasília – em escritórios e residências dos integrantes do grupo criminoso. As ações foram expedidas pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A operação é realizada em conjunto com Ministério da Fazenda e o Ministério Público Federal.
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As prisões preventivas foram decretadas em desfavor de um Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e de sua esposa, que foram indiciados e denunciados por crimes de corrupção ativa e passiva.
A reportagem apurou com fonte próxima às investigações que o homem preso em flagrante seria Mário Nicoli Filho. Nicoli Filho é dono da Enigma, com sede no Jardim Paulista, em São Paulo, onde foi cumprido mandado de busca e apreensão de manhã.
Segundo a PF, um dos alvos da Esfinge é um escritório de consultoria, que recebeu cerca de R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude à licitação na Casa da Moeda. As investigações apontam que esse escritório recebeu o valor, sem prestar os serviços contratados. A PF informou que o escritório teria servido de fachada para intermediar o pagamento de propina aos envolvidos no esquema.
Também foi investigada, por suspeita de fraude, uma licitação da Casa da Moeda. O faturamento desse contrato, nos últimos seis anos, ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões. O objeto contratado era o Sistema de Controle da Produção de Bebida (SICOBE), relacionado à instalação de equipamentos contadores de produção, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras). O sistema também realiza o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos, e os remete à Receita Federal, para fins de tributação.
A Operação Esfinge é um desdobramento da Operação Vícios, também da PF, que no ano passado cumpriu mandados de busca em 23 endereços ligados aos investigados, incluindo gabinetes do edifício sede da Receita Federal, em Brasília, e na Casa da Moeda do Brasil.