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Três entidades emitiram nota nesta quarta-feira repudiando o vandalismo cometido por um grupo de pessoas que saiu às ruas na noite de terça-feira durante um protesto contra o presidente interino Michel Temer. Alguns manifestantes atearam fogo a pneus e jornais na esquina das avenidas Erico Verissimo e Ipiranga, em Porto Alegre, além de jogarem pedras e uma televisão no prédio de Zero Hora. O Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar também foi alvo dos manifestantes, que receberam os policiais a pedradas. Não houve revide.
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A Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) disse que "considera extremamente preocupantes os atos de violência contra jornalistas e veículos de comunicação, que buscam intimidar o trabalho da imprensa, e configuram grave atentado ao livre exercício do jornalismo, devendo ser rechaçados em respeito à democracia". Na nota, a Agert reafirma a "defesa intransigente da liberdade de expressão e ao direito à livre informação como direitos inalienáveis do público, essenciais ao Estado democrático de direito". O documento é assinado pelo presidente da entidade, Roberto Cervo Melão.
A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) reitera "sua inabalável posição na defesa da liberdade de imprensa, do pleno exercício da profissão de jornalista, e repudia manifestações e agressões que ferem a democracia". No documento, a ARI diz que o "sagrado direito de informar e transmitir fatos e notícias não sofrerá qualquer retrocesso pois representa uma conquista da civilização. Os veículos que desenvolvem essa atividade cumprem fundamental compromisso social respeitando o interesse e a valorização da cidadania. Não será a ação insana de vândalos que irá calar aqueles que por vocação e obrigação levam a todos o andar dos acontecimentos". Por fim, a nota assinada pelo presidente, João Batista de Melo Filho, e pelo presidente do Conselho Deliberativo, Ercy Pereira Torma, incentiva que os "veículos continuem com a coragem e a vocação do bom jornalismo a prestar os serviços independentes e isentos que as pessoas merecem e exigem". E acrescenta: "Aos veículos vítimas dos protestos e agressões incompatíveis com a etapa civilizatória que vivemos, a nossa solidariedade".
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) também se manifestou, dizendo rejeitar "toda e qualquer forma de violência contra jornalistas ou veículos de comunicação". Diz a nota: "A entidade entende que manifestações pacíficas em frente a qualquer empresa são legítimas numa democracia, porém, não concorda com atos que coloquem em risco a integridade física e a vida das pessoas". O texto considera ainda que os "jornalistas têm que ser respeitados em qualquer manifestação como profissionais que estão exercendo seu trabalho, sem que sejam vítimas de assédio moral ou mesmo agressões físicas".