Uma semana após o assassinato da adolescente Giseli Lonczynsky, 15 anos, que foi encontrada morta a tiros no Bairro Rubem Berta no dia 1º, a motivação do crime continua um mistério.
A crueldade do autor da execução se refletiu em seis tiros disparados contra o rosto da jovem de olhos claros, cabelos longos e loiros. Pelo menos dois disparos foram à queima-roupa. O enterro foi acompanhado por dezenas de amigos que chegaram a fretar um ônibus para se despedir da adolescente.
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Na escola onde ela estudava, pouco se fala sobre o assassinato. A instituição declarou luto pela vida abreviada da aluna. Giseli integrava o projeto Trajetórias Criativas que procura nivelar os mais de cem alunos reprovados em diferentes anos. Os professores comentaram que Giseli era uma adolescente presente nas aulas, popular entre os alunos e com as mesmas rebeldias da garotada da idade. Nada que extrapolasse o que definem como "normal".
Os profissionais da escola não sabem ao certo o que aconteceu. E muitos preferem nem saber. Como vivem na mesma comunidade onde trabalham, têm medo de possíveis represálias.
– Não perguntamos aos alunos se eles sabiam de alguma coisa, não nos interessam os detalhes – limitou-se a dizer um deles.
Acostumados à violência
Os professores contam que os alunos ficaram surpresos com o crime, mas que estão acostumados à violência da comunidade onde vivem.
– Conversamos com eles sobre o que acontece. Aqui é um bairro complicado e damos orientações sobre os lugares que frequentam, sobre os cuidados que devem ter, com quem andam, como se fossemos mães mesmo – disse uma professora.
A mãe da jovem não quis comentar sobre o assassinato. Ela ainda não sabe o que motivou o crime e teme pela vida dos outros filhos.
Foi à festa e não voltou
O crime ainda é considerado nebuloso para a delegada Luciana Smith, da 5ª DHPP. Familiares e amigos estão sendo intimados para prestar depoimento. Conforme a polícia, Giseli saiu de casa na noite de 30 de abril, um sábado, para ir a uma festa.
O padrasto a levou de carro até o evento que ocorreu em uma casa na Vila Timbaúva, no Bairro Rubem Berta. Ele deixou dinheiro para que ela retornasse de táxi. O tipo de festa é chamado de "social" no meio dos adolescentes.
– É uma festa em que diversas pessoas levam bebida e se reúnem. A festa se expande para a rua e os moradores do entorno também participam – relatou a delegada.
A adolescente foi assassinada na madrugada de domingo, dia 1º de maio. O corpo foi encontrado por volta de 6h na Estrada Martim Félix Berta.