Randon, de Caxias, oferta R$ 99 milhões em ações para aumento de Capital

A caxiense Randon, que tem capital aberto na bolsa, lançou na última semana um comunicado informando que aprovou o aumento de R$ 99 milhões de capital social. A informação é da Gaúcha Serra. Estão sendo emitidas ações ao preço unitário de R$ 2,27, tanto ordinárias, que dão direito a voto, quanto preferenciais.

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Na justificativa da destinação de recursos, a fabricante de implementos rodoviários diz que a quantia está sendo captada para destinar os recursos para a controlada Fras-le. A Randon não comenta as negociações em virtude de estar em período de silêncio, justamente por ser uma companhia de capital aberto com ações negociadas em bolsa. O prazo para todo este processo de oferta de ações da Randon vai até 12 de maio.

Para entender o movimento da Randon, o sócio diretor da Quantitas, Wagner Salaverry, explica que primeiro é preciso observar o anúncio anterior de que a Fras-le também pretende ofertar ações para ampliar o capital em R$ 300 milhões. Conforme o analista de estratégias de investimento, o dinheiro seria para a Fras-le adquirir outras empresas no exterior, ainda sem nomes divulgados.

Assim, a Randon levantaria R$ 99 milhões no mercado e utilizaria R$ 50 milhões do próprio caixa para destinar cerca de R$ 150 milhões à Fras-le. Os outros R$ 100 milhões viriam de fundos de investimentos controlados pela Gávea, do sócio-fundador Armínio Fraga. E os R$ 50 milhões que completam os R$ 300 milhões seriam captados no mercado com outros acionistas.

Os números do último balanço da Randon ajudam a explicar o motivo dos investimentos se voltarem para a Fras-le. Enquanto a fabricante de implementos rodoviários amargou queda de 18% na receita líquida de 2015 em relação a 2014, a controlada Fras-le encerrou o ano acumulando alta de 14,4% na receita, por ter a maior parte das vendas nos mercados de reposição e exportação, favorecido pelo câmbio.

No mercado financeiro, as ações da Randon, em 2016, subiram 34% até sexta-feira. Em 2015, caíram 48%. Conforme o analista Salaverry, a recuperação é explicada pelo nível tão baixo que as ações chegaram no ano passado, a própria sinalização de impeachment que mexeu com o mercado financeiro e a situação ainda pior de algumas concorrentes.