A 1ª Auditoria da Justiça Militar condenou, na quinta-feira, quatro policiais militares a dois anos de reclusão pelo crime de concussão – quando funcionário público exige uma vantagem indevida durante a função. Eles foram acusados de exigir, em uma abordagem a suspeitos de tráfico na Zona Sul de Porto Alegre em junho 2012, o pagamento de R$ 20 mil para que os livrassem da prisão. A ação foi toda gravada no telefone de um dos suspeitos, já que ele vinha sendo monitorado em uma investigação da Polícia Civil.
Entre os condenados está o soldado Dalvani Albarello, presidente da Associação dos Policiais Militares (APM/RS) e atualmente assessor parlamentar na Assembleia Legislativa. Os demais PMs, todos sargentos, são Sérgio Arino de Souza, Jeferson Wbatuba Mota e Luís Fabiano Leaes Nery. Á época, Albarello fazia parte do setor de inteligência da Brigada Militar.
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Na ligação telefônica que baseou a denúncia do Ministério Público, o traficante avisa ao seu gerente que ele precisa "recolher tudo o que conseguir de grana" porque estariam "guentando" os policiais dispostos a liberarem. Conforme a denúncia, os PMs teriam dado um prazo de 10 minutos para que o suposto gerente do ponto de tráfico trouxesse a quantia. Quatro minutos depois, porém, o suposto gerente avisa que não conseguiria o dinheiro.
Então, uma voz identificada como sendo de Albarello deu a ordem:
– Então, já era. Cadeia!
O traficante ainda tentou argumentar:
– Tá difícil, tu sabe que...
Justiça
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