Cotada para assumir a relatoria do impeachment no Senado, Ana Amélia Lemos (PP-RS) confirmou a existência de articulações para ungir o seu nome à função. Ela se manifestou depois de serem alcançados os 342 votos que aprovaram na Câmara o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Agora, o processo segue para o Senado, que tem a tarefa de julgar a presidente. No caso de aceitação do parecer do relator por maioria simples, Dilma será afastada do cargo preventivamente.
Confira a entrevista com a senadora Ana Amélia:
A senhora vai assumir a relatoria do impeachment no Senado?
Não depende de mim, mas da comissão especial do Senado, que tem 21 senadores. Depende das maiores bancadas, o PMDB, o PT e o PSDB. Me sinto honrada com as referências ao meu nome feitas pelo PMDB e PSDB.
Mas as articulações para que a senhora seja relatora existem?
Existe a articulação, sim. Estou honrada, mas a decisão cabe à comissão.
Está disposta a aceitar se for convidada?
Eu não posso dizer "se" num caso tão complexo como esse.
O que achou da sessão na Câmara que aprovou o prosseguimento do impeachment?
A sessão correu dentro do que se imaginava. Considerei uma sessão sem arroubos. No começo, pareceu tumultuado, mas logo em seguida foi retomada a serenidade. Não há reparos, foi uma sessão histórica. Me pareceu dentro do rito, sem ilegalidades.
Se for relatora, poderá entregar o parecer? A regra fala em até dez dias.
Existem prazos regimentais a serem observados. Tudo será respeitado, dentro do rito previsto. O Supremo Tribunal Federal já manifestou as regras e ele dá guarida legal ao processo.
A senhora já declarou posição favorável ao impeachment. Isso pode ser um entrave para a senhora ser relatora?
Quem vai tomar essa decisão é a comissão especial.
* Zero Hora