Membro da comissão especial do impeachment e um dos principais defensores da presidente Dilma Rousseff no colegiado, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) disse na tarde desta sexta, 8, que, se o afastamento for aprovado, haverá cenário de barbárie social em termos de direitos sociais revogados.
– Barbárie é o que vão implantar aqui se esse golpe se perpetrar – declarou.
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A declaração gerou um princípio de tumulto no plenário, interrompendo seu discurso. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) chegou a perguntar se o colega estava fazendo uma ameaça. Damous retomou seu discurso após a intervenção do presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF).
O petista afirmou que outros governantes praticaram os atos que hoje pesam contra a presidente da República, inclusive governadores. Damous chamou o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) de "imprestável", apontou nulidades no parecer e disse que seria necessário nomear um "defensor dativo" do parecer porque ninguém o defende.
– O relatório é ruim, é fraco. No relatório não se ouve a voz da defesa – reclamou.
O deputado lamentou que o país viva tempos onde todos são acusadores, "não há mais distinção entre juiz e acusador".
Antes do petista, o peemedebista Lelo Coimbra (ES) defendeu o afastamento de Dilma. O parlamentar disse que o governo promove "a maior feira de xepa dos últimos tempos" ao negociar cargos e lembrou que "até mesmo Paulo Maluf (PP-SP) manifestou espanto com o tema".
– A presidente não pode se eximir de suas responsabilidades – afirmou.
Até o momento, 11 parlamentares de uma lista de 116 membros e não-membros discursaram na sessão. A previsão é que a sessão de debates termine entre 3h e 4h desta madrugada.