Foi apresentado na manhã desta segunda-feira, no Presídio Estadual de São Sepé, o suspeito de ter atirado contra um policial civil no dia 26 de janeiro. Por volta das 10h, Diene Felipe da Silveira Rodrigues foi levado ao local pelo seu advogado, Sérgio dos Santos Lima. O defensor do suspeito conseguiu uma decisão judicial para que o investigado fosse apresentado no estabelecimento prisional e para que seja ouvido somente na presença de seu advogado. O comissário da Polícia Civil Luis Giovani da Silva Oliveira, 47 anos, foi ferido por estilhaços de um disparo de espingarda calibre 12. Após receber atendimento médico, foi liberado.
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"Diante da pretensão da defesa e manifestação do Ministério Público, autorizo ao investigado se apresentar junto ao Presídio Estadual de São Sepé, permitida sua saída para oitiva tão somente na presença de seu defensor", diz o despacho.
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- Entendo que não haveria nenhuma represália, até porque quem comanda a investigação é o delegado Firmino, que é um dos melhores delegados da região. Mas, como envolve toda essa situação com policiais, resolvemos fazer esse pedido, que é melhor para todo mundo - afirma Lima.
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O advogado diz que seu cliente nega ter atirado contra os policiais e que há elementos que não são explicados no processo:
- A nossa tese é de negativa de autoria. Há várias coisas nebulosas no inquérito e que vão necessitar de perícia técnica. A autoridade policial diz que foram vários disparos, mas, até o momento, não apresentaram nenhuma prova. Eles nem sequer fizeram um levantamento e apresentaram as cápsulas que teriam partido da arma do meu cliente - acrescenta o advogado.
Ainda conforme Lima, ele entrará com um pedido de habeas corpus para tentar a liberdade provisória de Oliveira.
O delegado Antonio Firmino de Freitas Neto, que responde pela delegacia de São Sepé, ficou revoltado e ironizou as declarações do defensor do suspeito.
- Tenho 10 dias para fechar o inquérito, acho que vou indiciar os policiais que atiraram no próprio colega. Não tem cabimento nenhum isso - contesta o delegado.
Conforme o delegado, há diversas provas, como as marcas de tiro na viatura e também um estojo de revólver calibre 38 que foi encontrado dentro da viatura. As cápsulas da espingarda calibre 12 não foram encontradas, segundo Firmino. Ele afirma que, provavelmente, o suspeito deve ter recolhido-as enquanto os policiais socorriam o colega. Oliveira teria efetuado os disparos de dentro de casa.
Firmino diz que o prazo inicial para encerrar o inquérito é de 10 dias, mas que ele deve pedir prorrogação, já que precisará de uma ordem judicial para interrogar o suspeito. O delegado afirma que a própria companheira de Oliveira, no dia do fato, prestou depoimento e confirmou que foi ele o autor dos disparos.
O advogado Sérgio Lima contesta a versão da companheira. Segundo ele, a mulher é analfabeta e prestou depoimento sem nenhum acompanhamento.
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Naion Curcino
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