A Delegacia da Mulher de Gravataí realizou, na manhã desta sexta-feira, uma operação policial que investiga crimes de estupro e de exploração sexual de adolescentes. Ao todo, 30 agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão. As informações são do blog Caso de Polícia.
O principal alvo é um ex-vereador de Glorinha e que atualmente é proprietário de três motéis em Gravataí. Ele é investigado por pagar durante um ano R$ 500 à mãe e ao padrasto de uma adolescente, hoje com 16 anos, para fazer programa sexual com ela nos motéis que possui. Os responsáveis pela menina são os outros dois alvos da operação.
O empresário responde por estupro de vulnerável e exploração sexual. A mãe e o padrasto por exploração. Os mandados de busca foram justamente nas residências deles, nos motéis e em uma empresa.
A delegada Marina Dillenburg, responsável pela investigação, afirma que perícias de exames físico e psíquico na adolescente deram resultado positivo. A polícia suspeita que há uma rede de exploração sexual de adolescentes nos motéis do suspeito. Ninguém foi preso durante a operação.
A denúncia
O fato só veio à tona por que a menina acabou fugindo de casa e foi morar com o pai. Em novembro do ano passado, ele registrou ocorrência na Delegacia da Mulher. A jovem passou mal, teve de tomar antidepressivos e ficou três semanas internada em uma clínica. Em depoimento à polícia, ela contou que também era forçada a ingerir bebida alcoólica durante os programas. Além disso, era constantemente ameaçada de morte se denunciasse o caso.
Marina Dillenburg diz ainda que o suspeito já estava negociando para fazer programa sexual com uma irmã mais nova da adolescente que tem 11 anos. A polícia também apura, conforme denúncias, se outras adolescentes eram exploradas nos motéis do suspeito. Testemunhas confirmaram a presença de adolescentes nos estabelecimentos, sendo que várias delas choravam muito.
– No depoimento, a menina nos contou que ele dizia ser melhor perder a virgindade com um homem rico –, destacou a delegada.
A polícia não divulgou o nome do dono dos motéis. Já os demais envolvidos não foram identificados para não expor a menina, conforme norma do Estatuto da Criança e do Adolescente.