O Largo Glênio Peres foi o ponto de partida para a marcha de abertura da edição temática do Fórum Social Mundial (FSM). Concentrados desde as 15h no local, os participantes seguiram rumo ao Largo Zumbi dos Palmares, onde a caminhada se encerrou pouco antes das 20h. Diversas atividades serão realizadas na Capital até o dia 23, como palestras, debates e shows, em preparação para o FSM que ocorre em Montreal, no Canadá, no mês de agosto.
Às 18h30min, a Avenida Borges de Medeiros foi tomada pela caminhada. A EPTC realizou bloqueios ao longo do trajeto e não registrou ocorrências. Conforme o tenente-coronel da Brigada Militar Marcus Vinicius Gonçalves Oliveira, comandante do 9ºBPM, a marcha reuniu 10 mil pessoas. Entre os participantes da caminhada, havia representantes de várias entidades e movimentos sociais, além de militantes de partidos políticos.
– Aproveitamos a crise financeira mundial e a realização do Fórum Econômico Mundial em Davos para fazer um contraponto em relação à política econômica mundial e nacional com os eventos que serão promovidos em Porto Alegre – afirma Haroldo Britto, um dos organizadores da marcha.
No percurso, ocorreram paradas com gritos de contrariedade ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e pedidos pela saída do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O Ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, também participou da caminhada.
– Há 15 anos lutamos neste Fórum e desde então mudamos o mundo, a América Latina, o Brasil. Temos agora tarefas claras: resistir, perseverar as nossas conquistas e avançar por mais igualdade e justiça – afirma.
Participante do Fórum pela segunda vez, a moradora de Gravataí e funcionária pública Júlia Kolatayo, 37 anos, trouxe sua filha, a pequena Yndaiá Dayó, de quatro anos, para fazer sua estreia no evento:
– Somos militantes de movimentos sociais e temos levantado a bandeira da intolerância religiosa. Desde bebê, minha filha participa das atividades, então uma realidade como a do Fórum é algo que ela já vivencia.
Confira entrevistas sobre o Fórum com:
Tarso Genro: "O projeto neoliberal está vencendo de novo"
José Maurício Domingues: "A esquerda ficou refém do pensamento limitado"
Boaventura de Sousa Santos: "O fórum foi uma iniciativa de inclusão"
* Zero Hora