Após mais de quatro meses de greve, o fim da paralisação dos médicos peritos do INSS e o início do estado de greve - no qual apenas as perícias iniciais serão atendidas - ainda não trouxe alívio para quem depende do exame para receber o auxílio doença. O INSS continua orientando os segurados a ligarem para o 135 antes de irem às agências. No canal, também são feitos agendamentos e reagendamentos.
Por meio de nota, o INSS garante que os segurados que marcaram a perícia inicial durante a paralisação receberão os benefícios financeiros de forma retroativa à primeira data agendada.
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A diretora da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Clarissa Bassin, explica que o retorno foi parcial, pois não houve acordo da categoria com governo federal. Ela aconselha os segurados que farão a perícia pela primeira vez a comparecerem nas agências e exigirem a execução da perícia. Este público terá atendimento prioritário nas agências.
Segundo ela, quem esperou por mais de 45 dias após fazer a marcação da perícia pode solicitar o benefício nas agências apenas com a apresentação de atestado do seu médico.
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Jéssica só quer trabalhar
O retorno ao trabalho dos peritos do INSS não significou o fim dos problemas para a assistente operacional Jéssica Oliveira Vieira, 22 anos. Moradora do Bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, ela sofreu um acidente de motocicleta em outubro do ano passado e ainda não conseguiu fazer a perícia médica.
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Após passar por uma cirurgia, o exame foi marcado para 4 de dezembro. Devido à falta de médicos, a perícia precisou ser reagendada para ontem. Esperançosa com o fim da paralisação dos médicos peritos, foi até à agência do INSS no IAPI mas, após três horas de espera, foi informada de que o exame não poderia ser feito por falta de sistema:
- Tinha umas 200 pessoas lá esperando e até a hora que eu saí não vi ninguém ser atendido. Cheguei às 10h15min, saí às 13h e ainda perdi minha fisioterapia.
A perícia foi novamente agendada para amanhã, às 8h. Após duas remarcações, ela tem poucas esperanças de ser atendida. Três meses após o acidente, Jéssica conta que já se sente melhor e quer voltar ao trabalho.
- Minha empresa não vai deixar eu voltar sem eu fazer essa perícia. Não quero ficar encostada, recebendo em casa, quero trabalhar - desabafa.
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