Os cinco ataques a bancos em menos de duas semanas voltam a colocar em xeque a fragilidade do policiamento nas ruas. Nesta segunda, por volta das 11h30min, três homens quebraram os vidros do Banco do Brasil de Nova Pádua com uma marreta, levaram dinheiro dos caixas e usaram reféns para um cordão humano. Três ações semelhantes foram registradas no último dia 8 em Esmeralda e em Otávio Rocha, distrito de Flores da Cunha, quando três agências foram assaltadas simultaneamente. No dia 7, ladrões já haviam arrombado o Banco do Brasil, também em Esmeralda, para roubar armas e coletes balísticos.
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Esse é o janeiro mais violento no segmento bancário da Serra desde 2007, com mais casos em relação a anos anteriores. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, que controla ações desse tipo no Estado, não houve roubos com reféns na Serra em janeiro nos últimos dois anos. no mês de janeiro. Em 2015, quatro explosões de caixas eletrônicos foram contabilizados no primeiro mês do ano. Em 2014, apenas um.
Ainda que as autoridades policiais não admitam a relação entre o baixo efetivo e os ataques, Esmeralda só tinha um PM de plantão, que foi orientado a nem sair do posto porque seria quase inútil enfrentar criminosos em maior número e com equipamento superior. Otávio Rocha e Nova Pádua não tinham policiais.
Nesta última, aliás, a prefeitura repassa, mensalmente, R$ 2 mil à BM para o auxílio moradia de soldados que sequer residem na cidade. Desde a metade do ano passado, o comando do 36º Batalhão de Polícia Militar integrou as equipes de Flores da Cunha e Nova Pádua. Com isso, os quatro policiais lotados em Nova Pádua (dois deles moravam na cidade) passaram a atuar também em Flores. Por conta disso, os dois policiais preferiram mudar-se para a cidade vizinha.
-Continuamos repassando essa verba para que não digam que falta auxílio, que a segurança não é uma preocupação. Respeitamos a decisão do comando, mas com a falta de efetivo e com os cortes de horas extras, estamos à mercê do crime, na torcida para que não aconteça nada. É um problema sério e sem perspectiva de solução. Antes, tínhamos a referência de, em determinado horário, saber que havia policiais na cidade - avalia o prefeito municipal, Itamar Bernardi.
A justificativa do comando da BM responsável por Flores e Nova Pádua, é a de que, com mais policiais, são organizadas patrulhas nas duas cidades 24 horas por dia, alternando rondas e sem horários fixos, o que era impossível sem a unificação de equipes. Em dezembro, uma agência do Sicredi, em Nova Pádua, havia sido arrombada de madrugada, mas os criminosos não conseguiram acessar o cofre.
- Estamos tentando gerenciar os recursos humanos da melhor forma possível na execução do policiamento. Não dá para trabalhar de forma isolada. Unir as equipes é uma resposta técnica, é uma questão de matemática: ter policiamento 24 horas por dia. Foi a melhor solução para cobrir todas essas horas e fazer rondas nas duas cidades - alega o comandante do 36º BPM, responsável pela região de Flores da Cunha, Luiz Fernando Becker.
Criminalidade
Em 12 dias, cinco ataques a bancos são registrados na Serra
Último caso foi em Nova Pádua
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