A cidade de Santa Maria ocupa a 27ª posição no ranking de cidades com o maior número de casos de HIV/Aids no Brasil. O ranking leva em conta municípios com mais de 100 mil habitantes e o dado foi divulgado pelo Ministério da Saúde em 1º de dezembro. O índice é de 5,762 (saiba mais abaixo). O boletim trabalha tanto com dados de infectados pelo HIV quanto aqueles que tem a doença (Aids), pois a lista onde os casos são preenchidos é a mesma.
No Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2014, Santa Maria estava na 10ª posição. Apesar de o resultado ter melhorado (caiu para o 27º lugar), o sistema público de saúde continua planejando estratégias de prevenção e conscientização.
O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) criou, após a divulgação do boletim de 2014, o grupo Precisamos Falar Sobre Aids. Ele já está em atividade há um ano e durante esse tempo foram realizadas orientações sobre o assunto em escolas da cidade e região. Em 2015, foram 18 ações.
A enfermeira e coordenadora do grupo, Vergínia Rossato, ressalta a importância do trabalho conjunto com professores e comunidades para conscientizar os jovens sobre as formas de prevenção e contágio.
“Nós estamos fazendo visitas a escolas que nos chamam para conversar sobre o assunto, falando sobre como é o processo do adoecer, como é o uso da medicação e distribuindo preservativos”, diz.
Professores interessados em chamar o grupo podem entrar em contato pelos telefones (55) 3220-9512 ou enviar e-mail para vmrossato@gmail.com.
“As pessoas entram em contato, fazem a solicitação, nós tratamos em reunião do grupo para ver a disponibilidade e acertamos com a direção da escola ou com o município”, explica. “Nós tivemos uma experiência, em outubro, de uma escola de Caçapava do Sul que trouxe os alunos para cá”.
Orientação, prevenção e teste
O Husm faz nesta quinta-feira (10), das 10h às 17h, atividade de orientação e prevenção à Aids no campus do bairro Camobi, Região Leste de Santa Maria. Ocorre em frente ao Restaurante Universitário (RU). São feitos, de graça, testes de HIV e sífilis, que informam o resultado em, no máximo, 15 minutos.
“O Ministério da Saúde indica que nós devemos fazer o diagnóstico e encaminhar para tratamento para evitar que as pessoas adoeçam por doenças oportunistas por conta da queda da imunidade”, diz a enfermeira.
Os interessados precisarão se apresentar com documento de identidade e, se possível, o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o teste é utilizado somente uma gota de sangue.
No Estado
O Rio Grande do Sul teve registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 1.302 novos casos de pessoas infectadas pelo HIV em 2015. Em 2014 houve 3.041. Entre 2007 e 2015, a soma chega até 9.031.
Em Santa Maria, foram 38 casos novos em 2015 e 92 em 2014. Entre 2007 e 2015, a soma chega até 1.159. Quanto aos óbitos por Aids (causa básica), foram 55 casos em 2014 e 44 em 2013.
Estão no ranking também:
1º - Porto Alegre (7,595)
3º - Sapucaia do Sul (6,719)
5º - Viamão (6,559)
8º - Canoas (6,313)
11º - Alvorada (6,244)
14º - Rio Grande (6,197)
19º - Gravataí (5,961)
20º - Pelotas (5,943)
25º - São Leopoldo (5,794)
Cálculo do índice
O cálculo leva em consideração a taxa média de detecção de Aids na população nos últimos três anos; a variação média da taxa de detecção de Aids na população nos últimos cinco anos; a taxa média de detecção de Aids em menores de 5 anos nos últimos três anos; a variação média em menores de 5 anos nos últimos cinco anos; taxa de mortalidade por Aids na população em geral nos últimos três anos e a variação média da taxa de mortalidade por Aids na população em geral nos últimos cinco anos.