O assassinato da avó e neta no bairro Fátima Baixo, em Caxias do Sul, carrega um ingrediente que causa espanto até mesmo em policiais experientes: a falta ou omissão de testemunhas. Simone Maria Almeida da Costa (foto abaixo), 40 anos, e Emili Eduarda Costa dos Santos, dois, foram esfaqueadas dentro de casa, numa rua repleta de moradias. Até agora, não houve denúncia anônima ou alguém interessado em fornecer informações para auxiliar na investigação, como é de praxe em casos de grande repercussão.
- Me espanta a indiferença. Há casas ao lado, mas ninguém viu nada. Não acredito nisso - desabafa o titular da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD), Rodrigo Duarte.
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Nesta terça-feira, três pessoas ouvidas na delegacia não acrescentaram nada de relevante à investigação. Conforme Duarte, foram colhidos os depoimentos de familiares do pai de Emili, que cumpre pena por roubo. Joanin Tadeu dos Santos, 27 anos, estava no regime semiaberto com direito a serviço externo. A saída era vigiada por meio de uma tornozeleira eletrônica. O equipamento teve problemas de funcionamento e Santos foi levado de volta para o regime fechado no dia 24 de novembro. Ele só teve direito de sair do presídio para se despedir da filha no velório, na última segunda-feira. O delegado não relaciona a prisão do pai ao crime.
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A hipótese principal é de que avó e neta foram vítimas de uma vingança embalada pela passionalidade. Tudo indica que alguém muito próximo da família teve acesso à moradia e executou o crime brutal uma vez que não há sinais de arrombamento. Exames preliminares dos ferimentos indicam que Simone teria tentado se defender das facadas. A avó foi encontrada na cozinha e a neta, no quarto. Duas pessoas podem ter participado do duplo assassinato. Infelizmente, vizinhos garantem não ter ouvido gritos ou pedidos de socorro.
Os familiares de Simone e outras pessoas serão ouvidos a partir de quarta-feira.
Duplo assassinato
"Me espanta a indiferença", diz delegado sobre falta de testemunhas na morte de avó e neta em Caxias
Depoimento de três pessoas não acrescentou nada à investigação
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