Confira o mapa dos ataques:
As autoridades francesas começaram a identificar, neste sábado, as primeiras vítimas entre os 129 mortos na série de ataques coordenados pelo Estado Islâmico em Paris. Entre os nomes inicialmente divulgados estão o de jovens como um advogado francês de 26 anos e o de uma estudante americana de 23 anos.
Valentin Ribet
A primeira vítima conhecida foi o advogado Valentin Ribet, 26 anos, que vivia e trabalhava em Paris e se encontrava no show de rock da banda Eagles of Death Metal na casa de espetáculos Bataclan - que concentrou a maior parte das vítimas dos atentados, com mais de 80 mortos. Ribet estudou na London School of Economics, na Inglaterra, e na Sorbonne, em Paris, e era especializado em casos envolvendo crimes de colarinho branco. A firma em que ele trabalhava, a Hogan Lovells, emitiu um comunicado lamentando sua morte: "Era um advogado talentoso, extremamente querido, e uma personalidade maravilhosa no escritório".
Nick Alexander
Segundo o jornal inglês The Guardian, o britânico Nick Alexander, 36 anos, estava trabalhando com a Eagles of Death Metal no Bataclan quando foi surpreendido pelos terroristas. Diferentemente do grupo, que estava no palco e escapou da tragédia, Alexander vendia material promocional da banda em um corredor da casa de shows quando foi alvejado. Sua família divulgou um texto em que lamenta a morte: "É com grande pesar que confirmamos que nosso amado Nick morreu no Bataclan na noite passsada. Nick não era apenas nosso irmão, filho e tio, era o melhor amigo de todo mundo - generoso, divertido e muito leal. Nick morreu fazendo o que gostava e nos confortamos em saber o quando ele era querido por seus amigos ao redor do mundo."
Aurélie de Peretti
Antes de rumar para o Bataclan, Aurélie de Peretti, 33 anos, publicou no Facebook que pretendia ir ao show do grupo Eagles of Death Metal. Por isso, quando estourou a notícia do ataque à casa noturna em que a banda se apresentava, a irmã de Aurélie, Delphine, entrou em desespero.
- Eu sabia que Aurélie estava lá - disse à revista Time.
Delphine, que mora em Londres, telefonou para a irmã, mas não obteve resposta. Viajou para Paris, onde confirmou a morte de Aurélie - que amava música e tocava violão e piano. Vivia em Saint Tropez, e havia planejado a viagem a Paris para assistir a apresentações musicais.
Nohemi Gonzalez
A estudante de design americana Nohemi Gonzalez, 23 anos, frequentava a California State University, nos EUA, mas estava fazendo um intercâmbio de um semestre em Paris, segundo uma nota emitida pela universidade americana. Ela estava em um restaurante atacado pelos extremistas.
O namorado de Nohemi, Tim Mraz, publicou um texto sobre ela no Instagram: "Era minha melhor amiga e será para sempre meu anjo. Estou sem palavras. Minhas orações vão para sua família. Uma alma luminosa e uma garota doce com um sorriso no rosto".
Guillame Decherf
O jornalista francês Guillame B. Decherf era especializado em música e estava no Bataclan acompanhando a apresentação da banda americana. Ele trabalhava para a revista Les inRocks desde 2008, segundo o site world.mic, e tinha passagens por outras publicações como Metro, Rolling Stone e Libération, conforme o perfil publicado no site LinkedIn. Colegas da revista francesa em que ele trabalhava se disseram "chocados" por sua morte e informaram que tinha duas filhas.
Informações preliminares também indicam que estariam entre as vítimas duas irmãs tunisianas, de 34 e 35 anos, que estariam comemorando o aniversário de uma amiga em Paris, e um arquiteto alemão que jantava no restaurante Petit Cambodje quando foi atacado pelos terroristas. Seus nomes, porém, não haviam sido divulgados. Extraoficialmente, cidadãos de Portugal, Suécia, Romênia, Bélgica, Turquia, Argélia e Marrocos também estariam entre os mortos - mas, na maior parte dos casos, seus nomes e idades também não haviam sido informados publicamente até a noite de sábado.
Outras vítimas
- Djamila Houd, 41 anos, francesa. Era da região de Dreux, a Oeste de Paris. Estava em um café na Rua Charonne.
- Thomas Ayad, 34 anos, francês. Trabalhava para a Mercury Records e estava no Bataclan com dois colegas
- Alberto González Garrido, 29 anos, espanhol. Encontrava-se no Bataclan quando foi morto.
- Asta Diakite. Sobrinha do jogador da seleção francesa de futebol Lassana Diarra, que estava jogando no momento dos atentados. Idade não divulgada.
- Mathieu Hoche. Jornalista francês da France 24 TV, estava no Bataclan. Idade não informada. Um colega informou pelo twitter que deixa um filho de seis anos.
Atentados em Paris
Mais de cem pessoas morreram na noite de sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em pelo menos seis lugares, segundo o jornal Le Monde, que cita uma fonte judicial: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Pelo menos cinco terroristas foram "neutralizados" à noite. A informação foi anunciada por François Molins, procurador de Paris.
Logo após os ataques, o Itamaraty confirmou dois brasileiros entre os feridos nos atentados. Parisienses descrevem como "estado de guerra" a situação da capital francesa no momento, alertando para um possível crescimento da onda xenófoba, ultranacionalista e de extrema direita no país, que está a três semanas das eleições regionais.
O presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país. Moradores são aconselhados a não deixarem suas casas. Todos os locais públicos, como escolas, museus e bibliotecas, permanecerão fechados neste sábado em Paris. O presidente pediu confiança à população francesa e garantiu que as autoridades do país devem ser "duras e serenas" para "vencer os terroristas".
O presidente norte-americano Barack Obama também se pronunciou após os ataques, garantindo apoio à França e descrevendo as ações como "ataques contra a humanidade". Pelo Twitter, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff,se disse "consternada pela barbárie terrorista" e expressou seu "repúdio à violência" e "solidariedade ao povo francês".
*Zero Hora